domingo, novembro 13, 2016

Buraco negro criado por Israelense confirma teoria de Stephen Hawking


Jeff Steinhauer, físico da Universidade Technion em Israel, afirma ter conseguido provar a teoria sobre buracos negros proposta por Stephen Hawking em 1974. Para isso, Steinhauer precisou criar um buraco negro em laboratório. 
Durante um tempo, acreditava-se que a força gravitacional de um buraco negro era tamanha que nem mesmo a luz poderia escapar de suas garras no horizonte dos eventos. O físico britânico Hawking, então, propôs por meio de cálculos que devido as peculiaridades da física quântica, os buracos negros conseguiriam emitir uma pequena quantidade de radiação eletromagnética ou energia e, com o tempo, encolher lentamente. Tal radiação veio a ficar conhecida como radiação Hawking.
Agora, Steinhauer oferece a mais forte evidência, até então, que a previsão de Hawking estava correta. Os resultados do experimento do físico foram publicados na Nature Physics nesta semana.
Testando buracos negros
O experimento de Steinhauer é construído sobre as propostas do físico Bill Unruh, que sugeriu em 1980 que era possível recriar a física de um buraco negro usando outras substâncias. Em entrevista a Business Insider, o físico compara a força de um buraco negro a uma pessoa nadando contra a corrente de um rio.
Se um nadador estiver à beira de uma cachoeira ele não conseguirá se mover rápido o suficiente para escapar da queda, uma partícula de luz, de certa forma, age de forma similar ao nadador, tentando escapar de um buraco negro.
Para testar a previsão de Hawking, Steinhauer não usou água como base para o experimento e sim ondas de som. O pesquisador criou um buraco negro análogo usando átomos extremamente frios presos a um feixe de laser. 
Quando ele aplicou um segundo feixe de laser, criou-se uma espécie de declive onde os átomos conseguiam fluir como uma espécie de cachoeira. A medida que os átomos se derramavam sobre o declive, eles aceleraram, alcançando velocidades supersônicas, mais rápidas que a velocidade do som. 
Dessa forma, Steinhauer conseguiu criar um buraco negro acústico, ou seja, onde ondas de som dentro de uma região supersônica não poderiam escapar por que o condensado estava fluindo mais rápido que as partículas de som ou fônons poderiam viajar. 
O físico explica que quando pares de fônons foram criados próximo ao buraco negro análogo, observou-se uma partícula caindo e outra escapando. Isso é análogo a um fóton escapando um buraco negro real, explicou.
O impacto na física
Steinhauer observa que ao verificar que a radiação Hawking realmente acontece, abre-se uma nova janela para descobrir novas leis da física.
O pesquisador também observou, por meio do experimento, o entrelaçamento entre duas partículas, uma espécie de conexão quântica entre partículas. Trata-se também da primeira vez que alguém consegue produzir evidência do entrelaçamento entre pares Hawking.
Apesar da distância entre elas, partículas entrelaçadas ficam, de alguma forma, conectadas. Assim, mesmo quando uma partícula cai dentro de um buraco negro, a partícula que fica na parte de fora ainda carrega informação de seu outro par. 
 
Pensar sobre entrelaçamento, diz Steinhauer, é importante para entender algo chamado paradoxo da informação. De acordo com a mecânica quântica, informação nunca deve ser perdida. Mas como um buraco negro emite radiação Hawking, ele lentamente evapora até desaparecer, junto com toda a informação que vai com ele. Se a radiação emaranhada de Hawking na parte de fora transporta a informação de partículas para dentro, isso explicaria o que acontece com toda a informação.
 
“A razão para que pessoas se preocupam sobre buracos negros e radiação Hawking não é para aprender sobre os próprios buracos negros como para testar novas leis da física”, ressaltou Steinhauer a Business Insider. 

terça-feira, junho 14, 2016

O homossexualismo e o judaísmo.


Por: André Ranulfo

Neste texto, eu tento responder as seguintes questões:

  • Onde está escrito na Torah que é proibido o homossexualismo?
  • Lesbianismo também é proibido? 
  • O que diz a Halacha? 
  • Como se dá o conflito entre ao corpo e a alma? 
  • O homossexualismo como desejo do corpo?
  • Quais seriam as punições a quem cometer atos homossexuais? 
  • Como o judaísmo lida com o homossexualismo, hoje?
  • Homossexualismo é certo ou errado? 

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Introdução


Estamos vivendo tempos de intolerância. Em menos de 1 semana, tivemos dois casos horrendos de radicalismo fundamentalista. O primeiro, 5 vítimas israelenses foram mortas covardemente em um restaurante em Tel Aviv. O outro, foi o massacre de 49 homossexuais na boate gay Pulse em Orlando.

Em Julho do ano passado, um judeu ultra ortodoxo esfaqueou 6 pessoas, matando um rapaz de 16 anos na Parada do Orgulho Gay de Jerusalém. Felizmente, o agressor foi preso e foi condenado a prisão perpétua.

Em tempos de redes sociais, vi vários comentários, posicionamentos e opiniões. Muitos beirando a barbárie, outros mostrando solidariedade e afeto. Mas um comentário de um grande amigo me chamou atenção. Ele postou:

"Sim, a Bíblia é perigosa para os gays tanto quanto é o Corão.
Levítico 20:13 Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram coisa abominável; SERÃO MORTOS; o seu sangue cairá sobre eles.
Ou seja: as liberdades e liberalidades existentes nos estados democráticos repletos de judeus e cristãos (mesmo que esses sejam propagadores desses sistemas livres), podem sucumbir diante da interpretação literal de um texto que reflete a cultura de um povo milênios atrás". (sic) 

Pensei em comentar em seu post, mas já que o assunto é extenso, então preferi escrever esse artigo, pois acredito que será útil no futuro, quando outras pessoas questionarem como o judaísmo encara o homossexualismo.

 Onde está escrito na Torah que é proibido o homossexualismo?

De onde vem a proibição do homossexualismo? O Rabino Moisés Maimônides, em seu Sefer HaMitzvot comenta:

A proibição (mitsvát lô taassê) número trezentos e cinquenta (do Sefer Hamitsvót) é a Proibição Divina em que um homem fica proibido de chegar-se a um varão.

A fonte dessa mitzvah (mandamento) está passagem: "E com um homem não te deitarás como se fosse uma mulher" (Vayikrá/Levítico, 18:22). Essa mitzvah se repete em outra passagem: "Nem haverá destinado à pederastia dentre os filhos de Israel" (Devarím/Deuteronômio, 23:18).

O motivo da repetição é explicada por Maimônides, que completa:

Este "Lô taassê" (proibição) está repetido para dar maior força e não para dirigir a proibição à vítima. As palavras das Escrituras (Torá) "E com um homem não te deitarás" estipulam a advertência às duas partes. 

O próprio texto é específico a homens não ter relações com outros homens da mesma forma como se relacionam com as mulheres. i.e. Ter qualquer ato de carinho com o mesmo sentimento que um casal hétero teria. Desta forma, não é só o mishkav zakhar* (intercurso anal) que é proibido, mas também todo carinho, abraço, beijo, afago, etc. que tenha por trás a intenção do amor entre duas pessoas. Logo, amigos e irmãos, que se beijam e se abraçam com o único intuito de demonstrarem amizade é permitido.

Lesbianismo também é proibido? 

A razão pela qual o lesbianismo não é explicitamente proibida na Bíblia, é impossível saber , e tornou-se uma questão de interpretação . Sugestões vão desde a ideia de que em tempos antigos só reconheciam o sexo quando havia sêmen emitidos.

Relações sexuais entre homens são vistas como proibidas pela maioria dos rabinos. Esta visão é baseada em uma interpretação Drash do versículo bíblico "Não seguir os caminhos do Egito , onde viveu , nem de Canaã, onde eu estarei trazendo-lhe . Não siga qualquer um dos seus costumes . " (Levítico 18: 3). - Naqueles tempos havia cultos idólatras onde havia atos sexuais em cultos e muitas vezes relações homossexuais.

O Talmud proíbe qualquer atividade que define como mesolelot ou tribadism (mulheres esfregando genitais uma das outras). A principal preocupação no Talmud era saber se as mulheres que realizaram esses atos, eram elegíveis para se casar com um membro do sacerdócio. Era duvidoso que este ato removia o seu status como uma virgem , ou a tornava uma prostituta . Maimônides sugere que este comportamento não deve desqualificar uma mulher de se casar com um sacerdote . A lei talmúdica limita a penalidade para o lesbianismo como um pecado menor, punível com flagelação, ao invés de a pena de morte.

O que diz a Halacha? 

A Torah em si não especifica o motivo pelo qual duas pessoas do mesmo sexo não podem ter relações amorosas. Alguns sábios - De abençoada memória - tentam racionalizar essa mitzvah. Alguns comentam que é uma alusão aos pecados cometidos em Sodoma, onde os homens tentaram violentar sexualmente os visitantes de Lot. Outros veem a raiz dessa proibição em Devarim/Deuteronômio 23:17-18, "Nenhum filho de Israel, homem ou mulher, poderá entregar seu corpo à prostituição nos templos pagãos. - O sexo era parte de muitos cultos idólatras daqueles tempos, dessa forma, praticar relações homossexuais poderiam levar a um homem se identificar com cultos idólatras.
Outros comentaristas aludem ao fato de que casais gays é não natural e não permite a procriação e vai de encontro ao comando Divino de crescer e multiplicar.

O Talmud diz que Bar Kapparah, comenta sobre a palavra toevah (abominação), dizendo que na verdade significa toeh atah ba, ("Tu vai se extraviar por conta disso"), Tanto os Tosafot e Asheri (Comentaristas medievais) explicam que essa passagem onde diz que um homem que sai de sua casa para buscar relacionamento com um homem, denota que o motivo possa ser que o homossexualismo seja uma ameaça ao ideal judaico de vida familiar previsto na Torah. E relacionamentos gays vão de encontro a essa norma.

O Shulchan Aruch nunca mencionou a proibição de atos homossexuais mas menciona que um homem não pode estar a sós com outro homem por causa da lascívia daqueles tempos.

 Como se dá o conflito entre ao corpo e a alma? 


Um dos conceitos centrais do judaísmo é a nossa faculdade de termos o livre-arbítrio. Há vários estudos sobre o conceito judaico sobre o livre arbítrio, sugiro buscarem o artigo do “Livre arbítrio – Nosso maior poder” do Rabino Noah Weinberg. Irei apenas tentar ser breve sobre este assunto.

Podemos entender de uma maneira bem simples. Somos um corpo material em com uma alma espiritual. Ambas as partes possuem suas peculiaridades. De um lado temos o corpo que precisa suprir as necessidades. Ir ao banheiro, comer, dormir, se aquecer, se refrescar, ter prazer, se espreguiçar, brincar... Por outro lado, a alma tem outros interesses, tais como: Ser feliz, estar em paz, amar, ser amado, se sentir completo, etc.

A questão é que tanto a alma como o corpo estão em eterno conflito. Fazer exercícios ou comer uma caixa de bombons? Estudar pra prova, ou dar uma espiadinha nas redes sociais? Focar no no trabalho, ou focar no papo do escritório? A questão é que fazemos muito mais os desejos do corpo do que da alma. Quem nunca deixou para segunda-feira aquela dieta? E quem nunca acabou sucumbindo a raiva com alguém que nos fez mal e deixou que a explosão de adrenalina subisse a cabeça? Pois é, quando deixamos que o corpo fale mais alto que a nossa alma, basicamente estamos deixando que nossos instintos estejam no comando.

Ao contrário dos animais que agem só por instinto. Nós humanos temos a capacidade de vencer as nossas paixões e submetermos nossa própria vontade. Quando dizemos não a torta de chocolate e focamos na dieta, é nossa alma dominando nosso corpo. Quando trabalhamos um pouco mais que o habitual para podermos crescermos profissionalmente, estamos dizendo para nosso corpo: "Não vou me deitar no sofá".

Essa má influencia que o corpo acaba exercendo a alma é chamada de Yetzer Harah (Má inclinação). E é algo que temos que sempre nos policiar. Cada um tem alguma yetzer harah. No meu caso são os doces. Ah! Os doces... Para outros são as apostas. Para alguns é a preguiça. Há aqueles que são as bebidas ou as drogas. Muita gente possui o pavio curto e explode de raiva o tempo todo. E  tem aqueles que não tem controle com seus impulsos sexuais
.
Um bom exemplo na Torah para ilustrar como é vencer o Yetzer Harah é a passagem de Yossef (José). Quando a esposa de Potifar tentou seduzi-lo, o Midrash diz que Yossef quase de deixou levar pelos encantos de sua patroa. Mas nesse momento, ele teve uma visão de seu pai Yaakov (Jacó), daí ele se lembrou dos ensinamentos de seu pai sobre dominar o Yetzer Harah e decidiu que não ia de deixar seduzir.

O homossexualismo como desejo do corpo?


Nossos sábios dizem que ninguém está livre do Yetzer Harah. Por sua vez, o fato que tenhamos alguma inclinação quase incontrolável por algo, não quer dizer que tenhamos que se deixar influenciar por esse desejo.

O homossexualismo entra nessa questão. É um yetzer harah, aliás segundo nossos sábios, um dos mais difíceis de se controlar, pois toda má inclinação de natureza sexual é realmente de difício domínio. Logo, o desejo da relação com uma pessoa do mesmo sexo é um yetzer harah que deve ser dominado incansavelmente a todo instante.

Quais seriam as punições a quem cometer atos homossexuais? 


Voltando a Maimônides, vejamos as punições daquele que transgrida tal mandamento.

O transgressor deste mandamento será punido com a pena de sekilá (morte por lançamento ao solo, na pedra) [só quando há advertência prévia e duas testemunhas, etc., após julgamento em um Beit Din (tribunal rabínico)— na época do Beit Hamicdash (Templo)]. Se ele não for castigado com sekilá, estará sujeito à carêt (castigo Divino que afeta profundamente a conexão da alma com D'us e encurta a vida), se o pecado tiver sido voluntário; se ele o tiver cometido involuntariamente, ele deverá oferecer um korbán (sacrifício de) chatát específico.

Como vimos, Maimônides explica que nos tempos do Templo em Jerusalém, seria feito um Beit Din para julgar o caso. Que poderia resultar em apedrejamento até a morte se fosse reincidente. Claro, que o judaísmo evolui com a sociedade e não mais apedrejamos ou açoitamos pessoas por punição.

Mas muita gente não entende que essas punições físicas são punições menores comparadas com a punição de carêt (castigo Divino que afeta profundamente a conexão da alma com D'us e encurta a vida).

Mas como assim encurta a vida? D'us irá tirar algumas horas da minha vida? Irei morrer mais cedo? Mas se D'us é quem decide quantas horas vou viver, quer dizer que não existe destino? A resposta é mais simples que imagina. Na verdade, há um conceito judaico, se você está usando sem tempo para algo negativo, logo você está deixando de fazer algo positivo. Ou seja, ao fazer algo negativo você está desperdiçando sua vida (Ou encurtando a vida).  Um exemplo? Se você ficar horas na internet em redes sociais, automaticamente você deixou de fazer uma caminhada. Estudar aquele capítulo do livro que o professor mandou, fazer tsedakah (caridade), etc.

Como o judaísmo lida com o homossexualismo, hoje?

O debate ainda está em seu estado embrionário. Mas se percebe mais tolerância a homossexualidade no judaísmo do que em outras religiões do Pai Avracham.

Há pequenos segmentos no judaísmo com sinagogas que realizam casamentos gays, mas é uma parcela ínfima.

O Estado de Israel é tolerante. Lá gays possuem todos os direitos de qualquer cidadão. Inclusive é o único país do Oriente Médio onde permite Paradas de Orgulho Gay. Mas não permite o casamento gay na instância civil.

Homossexualismo é certo ou errado? 


A reposta é simples. Temos o nosso lívre-arbítrio. E toda ação tem uma reação. Deixemos que o Eterno em sua sabedoria e compaixão infinitas nos julguem.

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*No jargão rabínico, mishkav zakhar se refere ao intercuso anal entre homens. (Niddah 13b, Boyarin 1995, 336)

domingo, abril 03, 2016

Corte Israelense decreta que o Estado deve aceitar conversões de Rabinatos não-Ortodoxos.

Rabino Chefe safaradi Yitzhak Yosef a esquerda e  a direita o Rabino Chefe Ashkenazi Rabbi David Lau.
Jerusalémm, Jan. 11, 2016. Photo by Yaakov Coehn/Flash90

Corte decidiu que o Estado deve reconhecer conversões ortodoxas realizadas em Israel fora da autoridade do Rabinato Chefe.

TEL AVIV (JTA) — 31 março 2016

A decisão de Quinta-feira significa que, qualquer não-cidadão que se converter em um Beit Din (tribunal rabínico) ortodoxo israelense privado, pode obter a cidadania israelense sob a Lei de Retorno. Anteriormente, convertidos só poderiam ganhar a cidadania israelense se fossem convertidos fora de Israel e viveram em uma comunidade judaica da Diáspora . Conversões estrangeiras não precisam ser ortodoxas.

Cerca de 150 cidadãos que se converteram em tribunais de conversão ortodoxos israelenses privados vão agora ser reconhecidos como judeus pelo estado.

Leia também: 



O tribunal rejeitou a alegação do Estado de que apenas conversões do Rabinato Chefe pode ser considerado legítimo dentro de Israel. Por causa da natureza multifacetada da comunidade judaica , o tribunal decidiu que, qualquer conversão realizada por qualquer comunidade ortodoxa , seja em Israel ou no exterior, deve ser reconhecido como válido.

" A nação judaica é de fato uma nação, mas está espalhada por todo o mundo , e é composto de comunidades , camadas e sub-camadas ", diz a decisão do tribunal. Reconhecer apenas o Rabinato Chefe "não atribui peso à gama existente  de comunidades judaicas - e isso é inaceitável . "

A decisão é em grande parte simbólica para os cidadãos israelenses, como aqueles que o afeta não vai ganhar mais direitos ou privilégios . Mas o rabino Seth Farber, que é ativo em Giyur Kahalacha  - uma rede de tribunais privados de conversão ortodoxos -  disse que a decisão poderia abrir a porta para o Rabinato Chefe permitindo que conversos de tribunais privados casar em Israel.

"Enquanto o Ministério do Interior não os reconhecem, o Rabinato não tinha uma escolha a não ser reconhecê-los”, disse Farber. "Isto diz que nós vamos reconhecê-los como parte da coletividade judaica."

Judaísmo, para efeitos de imigração é determinado pelo Ministério do Interior. O Rabinato Chefe controla o ritual judaico dentro de Israel, tais como casamento, divórcio e sepultamento.


Outras fontes:




quarta-feira, março 09, 2016

A Teoria do Big Bang e o relato bíblico da Criação.





Shalom, Shalom!

Nossa, quanto tempo não posto nada no blog. Vida corrida, crise, estudos... Bom, recebi da amiga Luciana Unis a indicação desse texto do Gerald Schroeder. Esse é o terceiro texto dele que eu publico aqui no blog. Sendo que o primeiro foi traduzido por mim. 

Bom, não vou me estender, segue o texto:


A Teoria do Big Bang e o relato bíblico da Criação.


Dr. Gerald Schroeder

Gerald Schroeder é um cientista com mais de trinta anos de experiência em pesquisa e ensino. Obteve seu bacharelado, mestrado e doutorado diretamente do renomado Instituto de Tecnologia de Massachusetts - MIT, considerado um dos melhores e mais brilhantes institutos de engenharia do mundo. 

Entre os assuntos analisados estão as coincidências e as diferenças entre a Teoria do Big Bang e o relato bíblico da Criação, as inexploradas consequências da criação ex nihilo, as controvérsias envolvendo a idade do Universo, o estado do nosso planeta durante sua criação, as forças naturais usadas pelo Criador para recondicionar esse mundo e o enigma da natureza da luz primeva.

O objetivo é elucidar um mistério com o qual algumas das mentes mais criativas se debateram por séculos. Como disse certa vez o físico britânico James Hopwood Jeans (1877-1946): “O Universo parece ter sido desenhado por um matemático puro”. [1]

Nos anos 40, o regime comunista soviético rejeitou completamente as conclusões de Hubble e Gamow – conhecida como Teoria do Big Bang – apesar de sua consistência científica, baseados em que suas hipóteses não combinavam com os princípios da ideologia marxista leninista (isto é, o ateísmo). A opinião dos soviéticos sobre o Big Bang foi sumarizada pelo camarada Andre Zhdanov: “Falsificadores da ciência querem fazer reviver o conto de fadas sobre a origem do mundo a partir do nada” [2]

Os soviéticos perseguiram os físicos que apoiavam a Teoria do Big Bang. Alguns cientistas pagaram com a vida por esse apoio, como Matvei Bronstein, que foi fuzilado após ser acusado de espionagem.

Como afirmou o físico inglês, laureado com o Prêmio Novel, George Thomson: “Provavelmente, cada cientista acreditaria na Criação narrada na Bíblia se, infelizmente, não tivesse dito alguma coisa anteriormente que pareceria agora ultrapassada”. [3]

Como qualquer pessoa que já leu os versículos iniciais da Bíblia bem sabe, essas poucas palavras que relatam como Deus trouxe a nossa realidade à existência são fascinantemente densas, desafiadoras e crípticas, e se referem a um assunto ao qual somos naturalmente atraídos: o início da vida.

A questão da origem da nossa existência, do planeta que chamamos de nosso lar e do Universo ao qual estamos familiarizados sempre engajou pessoas de todas as idades e credos no decorrer da História. Nenhum outro conjunto de palavras gerou tantos estudos; nenhum outro conjunto de sentenças provocou mais discussões inteligentes e nenhuma outra passagem despertou tanta curiosidade quanto o relato bíblico do Gênesis – o início do universo.

Referências:
[1] Jeans, James. The Mysterious Universe. New York: Macmillan, 1937. Pg. 122.
[2] Singh, Simon. Big Bang: The Origin of the Universe. New York: Fourth Estate, 2004. Pg. 363
[3] Otto Struve, Continuous Creation, Astronomical Society of the Pacific: Leaflets, vol. 6, 1951. Pg. 154.

Tradução: Renan Poço
Revisão: cpac

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Dr. Gerald Schroeder obteve os titulos de Bacharel, Mestre e Doutor pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). É autor dos livros Genesis and the Big Bang, sobre a descoberta da harmonia entre a ciência moderna e a Bíblia, editado pela Bantam Doubleday e já traduzido em sete idiomas; The Science of G-d e The Hidden Face of G-d, editados pela divisão Free Press da Editora Simon & Schuster. Leciona na Faculdade de Estudos Judaicos “Aish HaTorah”.