segunda-feira, outubro 21, 2013

[Card da Semana] Eva - חַוָּה


Essa semana, temos Eva (Chava). A questão é, por que eu ainda não fiz o card do Adão? - Simples, pois pra mim, mulheres tem que vir primeiro.

Boa semana a todos.

terça-feira, outubro 15, 2013

[Ciência] A Bíblia é contra a evolução?


Adão teve ancestrais?

Por Dr. Gerald Schroeder*

A revista, Scientific American traz, com freqüência, artigos que tratam de algum aspecto da origem humana. Mas nenhum jamais menciona Adão e Eva.
 A omissão não surpreende. As pesquisas científicas lidam com aspectos físicos da realidade, enquanto a criação bíblica de Adão está relacionada com a espiritualidade da neshamá, a alma da humanidade insuflada por D’us em Adão, há quase 6.000 anos, em Rosh Hashaná. Esta é a criação singular descrita em Gênese 1:27.

E o corpo de Adão? Será que também foi uma criação especial? Ou será que existe a possibilidade do corpo humano ter-se desenvolvido através dos tempos, até se tornar um recipiente capaz de receber e conter a neshamá, a alma humana? (A título de esclarecimento, o termo “Adam” refere-se a homem e mulher, como menciona a Bíblia em Gênese 5:2, algo como “ser humano”).

Anatomicamente, o corpo humano parece de fato estar relacionado com formas de vida menos complexas. Muitas das enzimas que controlam as funções humanas são réplicas quase perfeitas das encontradas em outros filos, ou reinos. O gene que controla o posicionamento e a orientação do braço humano é encontrado em todos os vertebrados e também nos insetos. A semelhança é tamanha que quando porções deste gene humano são implantadas no genoma da mosca drosófila, determinam o posicionamento e a orientação da asa da mosca. O mesmo serve para os genes que controlam o desenvolvimento do olho e um grande número de outros. Estes genes têm mais de cem pontos ativos. A semelhança entre eles pode não ter sido mera coincidência. Para os cientistas, estes fatos indicam a existência de um ancestral comum. Os ossos dos membros inferiores do crocodilo e a nadadeira da baleia bicuda são os mesmos do braço e mão de um homem; diferem no comprimento, é claro, mas todos os ossos existem. A estrutura do cérebro humano espelha o cérebro de ratos e macacos. O embrião humano desenvolve uma bolsa de gema semelhante à gema das ovas dos peixes, a seguir uma cauda e, então, a pele prega-se de forma semelhante às fendas das guelras. A ontogenia do feto humano parece ser uma recapitulação da filogenia, lembrando sempre que, em cada estágio, é a estrutura primitiva ou juvenil – e não a adulta – que se forma no feto.

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Apesar de serem escassos e incompletos os fósseis atribuídos ao Homo habilis e ao Homo erectus, quando se alcança o estrato de 50.000 anos atrás, muitos fósseis do “homem de Cro-Magnon” são encontrados em número suficiente para encher os museus. O fóssil do “homem de Cro-Magnon” é uma cópia exata do esqueleto do homem moderno, inclusive no formato e capacidade cranianas.
As publicações científicas sobre esses fósseis e os artefatos a eles associados não são fruto da maquinação de alguns cientistas loucos. Existem evidências esmagadoras tanto sobre a invenção da agricultura, há 10.000 anos, como da tecelagem, há 9.000 anos, e da olearia, há 8.000 anos. Existem pinturas em caverna que datam de 10 a 30 mil anos atrás. Do ponto de vista teológico, desmentir estas evidências é contraproducente.

Aliás, não há por que negá-las, desde que acreditemos que sejam válidas as interpretações bíblicas do Talmud feitas por grandes sábios como Onkelos, Rashi, Maimônides e Nachmânides.

A primeira objeção à possibilidade de Adão ter um ancestral é temporal. Agricultura há 10.000 anos? Como pode ser verdade, se afirmamos que neste Rosh Hashaná, setembro de 2002, o mundo completará 5763 anos? Onde ficaram os anos que faltam? Em Leviticus Rabá (29:1), como em outras fontes, constatamos algo com que todos os sábios concordam: Rosh Hashaná comemora a criação da alma de Adão e os “Seis dias da Gênese” não estão incluídos nos anos do calendário. No entanto, o Talmud (Haguigá 12A) e Rashi, baseando-se no versículo “Era tarde e era manhã, um dia” (Gênese 1:5), informam-nos que os dias da Gênese são de 24 horas, desde o “primeiro dia”. Se cada dia tem 24 horas, por que então excluir esses seis primeiros dias, de 24 horas, do restante dos dias – também de 24 horas – que se seguem à criação de Adão? Nachmânides nos dá uma resposta: estes primeiros seis dias contêm todas as eras e todos os segredos do universo (comentário em Êxodo 21:2 e Levítico 25:2). Foi necessária a descoberta de Einstein sobre a relatividade do tempo para resolver o aparente paradoxo: como poderiam todas as eras do universo estar contidas em apenas seis dias, de 24 horas cada? Se olharmos a Criação de uma maneira retrospectiva, usando o hoje como ponto de partida, nosso imenso universo aparenta ter de 10 a 20 bilhões de anos. Mas se olharmos para a Criação projetando-a para o futuro, da forma como é descrita no capítulo 1 do livro Gênese, visualizando o universo a partir de uma época em que seu tamanho era 1.012 vezes menor do que é atualmente, ou seja, a partir do primeiro dia, o universo pareceria ter meros seis dias de vida. Esta é a natureza de “tempo” em um mundo em que as leis de relatividade fazem parte das leis da natureza.

A interpretação padrão do redshift (o deslocamento para o vermelho, fenômeno causado pelo aumento do comprimento da onda de radiação e a redução simultânea da freqüência de radiação) – como efeito da expansão do universo – prevê que o mesmo fator de deslocamento aplica-se a índices observados de ocorrência de eventos distantes, mesmo quando a época é tão anterior que o fator não possa ser observado na radiação detectada. Então o tempo da existência da agricultura é de 10.000 anos e das pinturas nas cavernas de 30.000 anos. A pergunta é se estas invenções anteriores a Adão ameaçam a visão da Torá sobre nossas origens.

A união de teologia e paleontologia -

“E D’us disse: Façamos o homem (em hebraico, Adam)” (Gên. 2:7);  “E D’us criou o homem (em hebraico, Adam)” (Gên. :27)Aqui a Torá nos ensina que Adão é “feito” e “criado”. Nós até sabemos a matéria-prima utilizada para sua produção. “D’us formou o homem do pó da terra” (Gên. 2:7). Mas se analisarmos paralelamente duas passagens da Bíblia: “No início, D’us criou o céu e a terra” (Gênese 1:1) e “pois que em seis dias D’us fez os céus e terra” (Êxodo 31:17), constatamos que enquanto o uso bíblico da palavra “criação” sugere uma ação instantânea de D’us, “fazer” na linguagem bíblica é um processo que exige tanto matéria quanto tempo, como está dito: “pois que em seis dias”. Com o passar do tempo, algo foi criado - Adão, mas este ser não estava completo. Faltava-lhe receber a alma da vida humana. Se a formação e o desenvolvimento do homem – de Adão – foi um processo que durou um milésimo de segundo ou milhões de anos, não é algo que a Torá deixe claro. Alguns versos nos dão uma pista, talvez uma resposta definitiva.
O Talmud (Eruvim 18A) se detém sobre o nascimento de Set, terceiro filho de Adão e Eva, analisando por que a Torá relata duas vezes seu nascimento.
“E tornou Adão a conhecer sua mulher, e ela deu a luz um filho a quem chamou Set” (Gênese 4:25).
“E viveu Adão 130 anos, e ele teve um filho à sua semelhança e forma. Ele o chamou de Set” (Gênese 5:3).

Segundo o Talmud, estes dois versos revelam que, após o assassinato de Abel por Caim, Adão e Eva se separaram maritalmente por 130 anos, e somente então Adão deitou-se “novamente” com Eva. Durante estes 130 anos, Adão procriou filhos com outros seres, não com Eva. O Radak comenta que esses filhos eram de fato crianças. Faltava-lhes, no entanto, a neshamá, a alma, para torná-los seres humanos. Maimônides (Guia 1:7), baseado em Eruvim e no Zohar, descreve estas crianças como sendo seres humanos em forma e inteligência, mas nada humanos em espiritualidade.
Nachmânides concentra-se num prefixo supérfluo, lamed, em hebraico, que transmite a idéia de transformação através de uma ação externa. No caso, o insuflar da alma. Assim, “... e soprou por suas narinas a neshamá da vida e Adão transformou-se em uma alma viva”.

Segundo o comentário de Nachmânides, um dos maiores sábios e cabalistas, a preposição “em” é usada para indicar uma mudança na essência da personalidade e “pode ser que o verso esteja afirmando que Adão era um ser vivo completo e a neshamá o transformou em outro homem”. Outro homem! De acordo com Nachmânides, havia um homem antes da criação da neshamá, mas aquele ser hominídio não era exatamente humano.

Onkelos resumiu tudo isso, 400 anos antes do Talmud e mil anos antes de Nachmânides. A expressão nefesh chayá, uma alma viva, aparece três vezes nesta porção da Torá: para animais que vivem na água (Gên. 1:20), para animais que vivem sobre a terra (Gên. 1:24) e para humanos como “... em uma alma viva” (Gên. 2:7). Nos primeiros dois casos, Onkelos traduz o termo literalmente, “uma alma viva”. Mas para os seres humanos, por causa da preposição “em”, Onkelos traduz o termo como “e Adão transformou-se em um espírito falante”.

As primeiras grandes civilizações surgiram na área conhecida como
Crescente Fértil aproximadamente 5000 à 6000 anos atrás.
 Na mesma época  na qual o homem desenvolveu a escrita e também
a época na qual a Bíblia cita o nascimento da Neshamah de Adão. 
A capacidade de se comunicar espiritualmente é o que faz os homens serem diferentes de todos os outros animais. Não é nossa força, nem nossa inteligência. Mas nossa espiritualidade. A fala é, nos homens, o elo entre os aspectos físicos e espirituais da existência. É a neshamá que faz esta ligação e nos impele a sentir a unidade transcendental que permeia toda a existência e da qual trata o Shemá: “Ouve, Israel, o Eterno é teu D’us, o Eterno é Um”. A unicidade transcendental é a marca do Eterno. Hominídios, com feições humanas, co-existiram e precederam Adão.
Os antigos comentaristas bíblicos estavam cientes dessa realidade. A descoberta de seus fósseis não constitui surpresa para a Torá. Na definição bíblica, um homem é um animal – um hominídio – no qual foi insuflada a alma criada, a neshamá. Apesar de a neshamá não deixar nenhum vestígio fossilizado para provar sua aparição na história da humanidade, o efeito de sua criação está claramente gravado nos achados arqueológicos. A escrita, o comércio e o surgimento das grandes cidades datam de 5.000 a 6.000 anos atrás, a época de Adão. A escrita foi criada para satisfazer as necessidades de se manterem registros sobre o comércio; e o comércio, por sua vez, foi criado para satisfazer as necessidades materiais das grandes cidades. A pergunta que permanece sem resposta, então, é: por que as grandes cidades emergiram nesta época?

Minha sugestão de resposta é que a espiritualidade dos humanos concedida pela neshamá e o desejo de transmitir esta espiritualidade para os outros foi a força motriz que transformou a civilização de grupos de aldeias formadas por clãs em cidades, como Uruk e Ur, na Mesopotâmia.
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* Gerald Schroeder obteve os titulos de Bacharel, Mestre e Doutor pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). É autor dos livros Genesis and the Big Bang, sobre a descoberta da harmonia entre a ciência moderna e a Bíblia, editado pela Bantam Doubleday e já traduzido em sete idiomas; The Science of G-d e The Hidden Face of G-d, editados pela divisão Free Press da Editora Simon & Schuster. Leciona na Faculdade de Estudos Judaicos “Aish HaTorah”


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segunda-feira, outubro 14, 2013

[Card da Semana] Lilith לילית


Seguindo com o nosso deck, hoje temos Lilith.


ויאמר האדם זאת הפעם עצם מעצמי ובשר מבשרי לזאת יקרא אשה כי מאיש לקחה־זאת׃
Então exclamou Adão: “Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada ‘mulher’, porquanto do ‘homem’ foi extraída”.


Segundo alguns comentaristas, a passagem acima não se refere a Eva (Chava) mas sim a Lilith. De acordo com umas tradições, Lilith foi a primeira esposa de Adam (Adão) e foi ela que teria tentado Adam.

Lilith (לילית) é citada no Talmud mas nada fala sobre ela ter sido a primeira esposa de Adam. Segundo o Talmud, Lilith é um "demônio" feminino que tenta os homens a noite. Segundo a tradição judaica, quando um homem se masturba, Lilith colhe a energia do seu sêmen. Outra característica de Lilith é fazer mulheres grávidas abortar.

Veja algumas das citações sobre Lilith no Talmud:


"Se um aborto (feto) é parecido com Lilith sua mãe está inpura pela rasão do nascimento, pois é uma criança, mas possui asas".  Niddah 24b 

Rabbah disse: Eu vi como Hormin o filho de Lilith...(Bava Batra 73a)

"Ela deixa cabelo comprido como o de Lilith" (Eruvin 100b)

Não se sabe muito sobre Lilith. Mas o certo é que ela faz parte do folclore judaico, principalmente na Idade Média.



quinta-feira, outubro 10, 2013

[CIÊNCIA] Prêmio Nobel 2013 - Seis judeus são prêmiados.


É pessoal... Esse ano mais uma vez, tivemos mais um Premio Nobel. E com muito orgulho, vemos um número mais do que significativo de judeus premiados, Digo isto, pois o povo judeu faz parte de uma parcela ínfima de toda população mundial.Logo, ter seis premiados em um único ano é sempre motivo de aplausos e admiração.Os sábios explicam que na alma de todo judeu possui uma característica chamada תקון עולם - Tikun Olam (que pode ser entendido como corrigir, melhorar, curar, concertar o mundo). Afinal, dentro da sabedoria judaica, uma das funções do homem é ser um parceiro de Deus na evolução da humanidade. Já se perdeu as contas dos progressos feitos pela humanidade devida influência nçao só do povo judeu, mas também de judeus independentes, que pelas suas descobertas, fizeram a humanidade avançar em nossa jornada para um mundo melhor.

De todos os premiados desse ano, não posso deixar de citar o Professor Francois Englert que juntamente com Peter Higgs predisseram em 1964 a existência o mecanismo de Higgs (Mas que só foi confirmada em Julho de 2010 no CERN).  Englert é sobrevivente do holocausto e professor da Escola de Física e Astronomia da Universidade de Tel Aviv, entre outras designações. 

Os americanos James E. Rothman e Randy W. Schekman, juntamente com o alemão Thomas C. Südhof receberam o Prêmio Nobel de Medicina 2013 por revelarem como as células organizam seu sistema de transporte vesicular.

O austríaco Martin Karplus, o sul africano Michael Levitt e o israelense Arieh Warshel são os vencedores do Prêmio Nobel de Química de 2013, pelo desenvolvimento de modelos multiescala de sistemas químicos complexos.

O prêmio de Literatura será anunciado na quinta-feira, o da Paz na sexta e o de Economia na próxima segunda.Veja a foto dos ganhadores do Nobel 2013.





Segue abaixo, um texto muito interessante do chaver Olavo Uziel Campelo muito interessante que ele publicou em seu perfil do Facebook.

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"Não é a toa que desde a antiguidade somos chamados de ''am hasefer'' ( o povo do livro), seja por assuntos espirituais ou estudos laicos. Representamos hoje 0,002% da população mundial. E somos detentores de 20% dos prêmios nobel.

E a história mostra que todos países - sem exceção - que expulsaram os judeus, caíram, e os que os receberam subiram. Quando, no final do século XV, os judeus foram expulsos da Espanha e, logo a seguir, de Portugal,o Império Otomano os recebeu. Sobre sua saída forçada da Península Ibérica e seu estabelecimento na região da Turquia, o sultão Beyazid II, que governou o império de 1481 a 1512, afirmou: "O rei espanhol Ferdinando é erroneamente considerado um sábio, pois com a expulsão dos judeus, empobreceu o seu país e enriqueceu o nosso" - Revista Morashá. 

Entre esses que foram expulsos, estava Dom Isaac ben Judah ou Yitzhak ben Yehuda Abravanel , que foi um ,estadista, filósofo, comentador da Bíblia e financista judeu português - esse mesmo foi tesoureiro dos Rei Rei Alfonso V de Portugal e Rei e Rainha da Espanha Fernando e Isabel. É antepassado de Silvio Santos ou Senor Abravanel - (SBT).

A Holanda também os receberam bem, florescendo assim uma grande comunidade que trouxe muitos frutos. Dentre algumas personalidades estavam - O português Manuel Dias Soeiro ou Menasseh ben Israel - primeiro Rabino de Amsterdan - e que graças a sua influência conseguiu a autorização com Oliver Cromwell e ao Parlamento Britânico para reverter a decisão histórica de expulsão dos judeus da Inglaterra em 1290, por Eduardo I. O seu pedido foi bem aceito. E 200 anos depois (1874) Tivemos o primeiro ministro da história judaica - Benjamin Disraeli (também de origem portuguesa) primeiro ministro do Reino Unido. Baruch de Espinoza - filósofo; David Ricardo - um dos maiores economistas da história. E assim vai.

Em Pernambuco após a expulsão dos Holandeses (onde foi formada a primeira comunidade judaica das Américas - Recife), estes,desta mesma comunidade,foram para Nova York onde fundaram a primeira comunidade judaica dos Estados Unidos.
Consequentemente, houve uma forte queda no comércio do açúcar aqui produzido. Além da guerra e da destruição provocada, pois expulsaram seus comerciantes, tradutores (holandês, português, espanhol, hebraico,etc.), os contatos comerciais,etc.

Está tudo muito resumido. Mas o que quero ressaltar é que a convivência pacífica, a tolerância gera frutos. Onde há fanatismo, há intolerância, ódio, sombras que ofuscam as mentes e toda luz.
A educação muda!
Cada cultura, povo tem algo a ensinar. Que busquemos aprender de cada um!

Quisera sempre nós levar-mos esse ensinamento milenar ao máximo!
Pirke avot 4:3 ''Ele (Rav Ben Zomá) costumava dizer: Não despreze a ninguém e não desdenhe nada, pois não há homem que não tenha sua hora e não há coisa que não tenha o seu lugar.''

Am Israel Hai. God bless!"

quarta-feira, outubro 09, 2013

[Card da Semana] Árvore do Conhecimento.


O Card dessa semana é a Árvore do Conhecimento. Segundo os sábios, a Árvore do Conhecimento é o elemento metafórico do livre arbítrio. Antes nós seres humanos -  representados por (Adam/Adão) - não conhecíamos o bem e o mal, mas apenas o bem. Quando o homem descobriu o bem e o mal, foi capás de exercer o seu livre-arbítrio. Pois só é possível fazer o certo se nós saibamos o que é errado. 

Clique aqui.

sábado, outubro 05, 2013

Superman e o judaísmo.



Um herói como nunca havia existido antes.

Nos anos de 1930, havia muitos heróis para a molecada. Quem nunca ouviu falar em Zorro (1919), Buck Rogers (1928), John Carter (1912), Tarzan (1912), Flash Gordon (1934) e o Fantasma (1936). Todos esses heróis fascinavam os meninos (e alguns adultos) com histórias fantásticas , realizando feitos heroicos com coragem e bravura.  Eram homens de moral ilibada e personalidade humilde e altruísta. A maioria se escondia por traz de uma identidade secreta, nunca levando créditos ou vantagens financeiras por seus feitos (Se bem que sempre acabavam dando dando uns beijos na mocinha).
Famosos heróis de ação antes dos super-heróis.
Mas tudo isso mudou em junho de 1938. Nas bancas de revistas nos Estados Unidos, um novo conceito de herói surgia. Ele era mais rápido que uma bala, mais forte que uma locomotiva e era capaz de saltar os mais altos prédios. Surgia nas páginas da revista “Action Comics #1” o primeiro super herói da história moderna. O Superman (Que no Brasil recebeu o nome de Super-Homem).  Para se ter uma ideia, os pouquíssimos exemplares que ainda existem da Action Comics No 1 são as revistas em quadrinhos mais caras do mundo. Em 2011 um exemplar que pertencia ao ator Nicholas Cage foi vendido por US$ 2,1 milhões.
Capa da primeira edição da Action Comics
Mostrando um novo estilo de herói com
 poderes sobre humanos.

Igual aos seus antecessores, o Superman tinha um ótimo caráter. Defendia os fracos e os oprimidos. Possuía uma envergadura moral inquestionável. Mas o Superman era capaz de fazer o que nenhum homem comum podia fazer. Já na capa da primeira edição da Action Comics, podemos ver o Superman segurando um automóvel acima da cabeça somente com sua própria força. Isso era inacreditável, incrível, fantástico! O conceito de um herói com habilidades muito acima das capacidades humanas era tão revolucionário para a época, que os seus criadores imaginaram que ele não era desse planeta, pois não se passava na cabeça das pessoas nenhuma forma de uma pessoa normal adquirir poderes, aliás, a partir do Superman, surge novos termos: Superpoder e super-herói. E dá-se início a Era de Ouro dos Quadrinhos.

 O primeiro super-herói da história gerou muito dinheiro! O Superman virou um sucesso absoluto. Logo saiu das páginas dos quadrinhos para as ondas de rádio. Depois semanalmente no cinema.  E até hoje seu sucesso perdura. Seu símbolo em forma de S no peito é uma das marcas mais conhecidas do mundo, rivalizando com os logotipos da Coca-Cola e McDonald’s assim como símbolos religiosos como a cruz cristã.

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A origem judaica.

Jerry Siegel e Joe Shuster
O Superman foi criado por dois jovens judeus nos Estados Unidos, filhos de judeus imigrantes e amigos de escola na cidade de Cleveland no estado de Ohio. Jerry Siegel nasceu e cresceu em Cleveland, já Joe Shuster nasceu em Toronto – Canadá e mudou se com a família para Cleveland com ainda tinha seus 9 anos.
Jerry Siegel cresceu em uma vizinhança predominantemente judaica com dezenas de sinagogas ortodoxas. Segundo suas memórias, um dos motivos que o levaram a criar o Superman estava exatamente no antissemitismo que ele e todos em sua vizinhança sofriam. E por viver em um ambiente judaico que é rico em histórias e contos, a figura heroica e poderosa de Shimshon (Sansão) se tornou a base da criação do personagem.


Shimshon (Sansão) foi uma das inspirações 
bíblicas na criação do Superman.


Superman e as conexões com a Torah.

Na imensidão do espaço, havia um o longínquo planeta Kripton, esse planeta estava preste a explodir. O cientista Jor-El e sua esposa Lara não tinham outra escolha. Para salvar seu único bebê chamado Kal-El, tiveram que enviá-lo para o espaço em uma pequena nave. E essa nave veio parar aqui na Terra na pequena
O bebê Kal-El foi enviado para o
espaço por seus pais minutos antes
 do planeta Kripton explorir.
cidade rural de Smalville. O bebê Kal-El foi adotado pelo casal de fazendeiros Jonathan e Martha Kent que o nomearam Clark Kent. Ao crescer, foi para a cidade de Metropole trabalhar como jornalista no jornal Planeta Diário. Nessa profissão, Clark Kent, poderia estar sempre ausente da redação do jornal e assim, poderia atuar como o Superman sem ter que dar muitas explicações.

Podemos encontar ecos bíblicos na origem do Superman em Moshé (Moisés), que foi colocado em uma cesta caso contrário iria morrer devido ao decreto do Faraó. Ambos os bebês foram criados em uma cultura estrangeira. Moshé foi criado pela filha do Faraó e Moisés por fazendeiros terráqueos.
O nome kriptoniano do Superman, Kal-El em hebraico (קל-אל) literalmente significa “Voz de Deus”. Assim como o nome de seu pai Jor-El (Yor-El) é um nome hebraico comum. Suas variações são: Jorell, Jarel, Jerel, Jorrel, Joel, Joren, Jorey e Sorel. O sufixo – El é uma das primeiras palavras em hebraico para se referir a Deus. Vemos esse sufixo em muitos nomes de origem hebraico que aparecem na bíblia como: Daniel, Samuel, Gabriel, etc.

É muito fácil também fazer um paralelo entre o Superman e os melachim (anjos). O Superman fica sobrevoando a cidade a protegendo.

Outra semelhança bíblica está no fato de que assim como Shimshon (Sansão), o Superman também tem um ponto fraco. Shimshon por ser um nazireu, não podia cortar os cabelos, o Superman é torna-se fraco com a kriptonita.

Outra influência judaica é a questão da identidade secreta. Nos Estados Unidos, eram muito comuns os imigrantes - não só judeus - que mudavam seus nomes e sobrenomes para não sofrerem preconceitos. Alguns exemplos: Nomes como Neumann e Weiss foram mudados para as formas inglesas Newman e White.  Logo, Kal-El usava o nome de Clark Kent para poder trabalhar no Planeta Diário.

Superman precisa usar roupas e adotar um nome terráqueo
para esconder sua verdadeira identidade.
O mesmo ocorria na forma de se vestir. Para poder entrar no mercado de trabalho nas grandes metrópoles, judeus usavam roupas mais americanizadas. E somente em seus meios é que se vestiam como judeus. Já o Superman usava roupas comuns quando ia trabalhar no jornal. Mas quando tem que salvar o mundo, Superman / Kal-El usa seu traje azul e capa vermelha kriptoniana.

Há alguns afirmem que o seu famoso símbolo com a letra S seria na verdade a letra ש (Shin)  mas não há evidencias que confirmem que esse paralelo exista. O mais provável mesmo é que o S foi usado no símbolo do Superman pelo fato de que seu nome comece com a letra S. Faz parte da cultura americana usar uniformes com a primeira letra inicial da instituição,  vemos esse padrão por exemplo, em uniformes de agremiações esportivas de escolas e universidades.

Por fim, os próprios valores bíblicos são defendidos pelo Superman.  Um homem honesto, valoroso, humilde, trabalhador e mesmo com muitos poderes, usa seu livre-arbítrio para fazer boas e sábias escolhas.

Por fim, os super-heróis foram mais uma das grandes contribuições dos judeus a humanidade. Com o sucesso desses novos personagens, uma mitologia foi criada e por todo o mundo, crianças recebem através de desenhos animados, suas primeiras lições de moral. Quem nunca viu um desenho onde o herói diz a célebre frase: “O crime não compensa”.

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sexta-feira, outubro 04, 2013

Tribo Perdida de Israel na Papua Nova Guiné? - Mito Detonado!


Antes de tudo assistam o vídeo (Caso ainda não o tenha):


Bom pessoal. Já deu! Não aguento mais receber e-mails  e mensagens no Facebook, sobre um suposto vídeo de uma “Tribo Perdida de Israel” cantando o Shemah (Shemá) na Papua Nova Guiné. Quando eu vi o vídeo pensei comigo mesmo: “Isso é fake”.

Mas como eu sei que é fake? Elementar meus caros leitores. Desde quando uma tribo que se perdeu há milênios, cantam o Shemah com melodia ashkenazi? Outra coisa, por que eles cantam em hebraico com sotaque americano? Hein? hein? hein?

Comecei a fuçar pela internet. E não foi nada difícil descobrir a fonte original do vídeo. A postagem mais antiga desse vídeo está no Canal do You Tube de um cara chamado Jacob Damkani (Também encontrei sites onde ele usa o nome em hebraico de Yakov Damkani). Bom, até aí nada demais, até por que, nunca havia ouvido falar nesse camarada. Na descrição do vídeo ele dá uma explicação mais detalhada sobre seu vídeo:

Viemos para Papua Nova Guiné e encontramos um amor genuíno e real para Israel. Isto foi somente possível através do poder do Evangelho. Inacreditável!!! Eles disseram que foi a primeira visita de “Judeus Messiânicos” lá. Isto é o que o Evangelho está fazendo aos gentios: Eles amam Israel! Eles cantam aqui: “Shemah Israel...” – Ouça Oh Israel... Este clipe foi feito em uma vila "Jambitange".    

Original em inglês: We came to Papua New Guinea and found a real, genuine love for Israel. This is only possible through the power of the Gospel. Unbelievable!!! They said it's the first visit of a Messianic Jew there. This is what the Gospel is doing for Gentiles: they love Israel! They sing here: 'Shma Israel..." - Hear o Israel... This clip was done in the village "Jambitange".
Se quiser visitar o canal do sujeito, clique aqui. 

Fucei mais um pouco e encontrei que outro blog chamado new2torah.com. O autor do blog, postou o vídeo do Yakov/Jacob Damkani. E no post do blog, o autor disse que teve quase lágrimas nos olhos, pois ele e sua esposa passaram anos em uma missão na Papua Nova Guiné e... Opa!... Opa, opa, opa! Mas, pera lá!?... Missão?! Como assim missão?! Com certeza não é uma missão judaica, pois o judaísmo não faz proselitismo. Simplesmente, não está na agenda judaica sair convertendo pessoas no mundo todo para o judaísmo. Logo, se não foi uma missão judaica (por motivos óbvios), quem estaria por traz dessa missão?
Chafurdei a internet por mais algumas horas e descobri em um blog chamado “Clame pela Noiva(!)” que jogou uma luz sobre este tema. Segundo o blog, os responsáveis pela missão foi uma instituição chamada New Tribes Mission (Missão Novas Tribos).  Essa ONG tem como objetivo, converter tribos sem contato com a civilização de todas as partes do mundo para o cristianismo, inclusive tribos aqui no nosso querido e amado Brasil varonil (vide link). Então, é a New Tribes Mission responsável por ensinar a tribo a cantar o shemah com melodia askhenazi e sotaque americano.

Acima: Site oficial do New Tribes Mission.


 Acima: O autor do blog News2Torah disse que teve quase lágrimas nos olhos, pois ele e sua esposa passaram anos em uma missão cristã na Papua Nova Guiné
Acima: Jacob Damkien responde ao blog New2Torah que ele foi quem filmou o vídeo pessoalmente.

Revendo o que eu achei até agora, descobri que um tal Jacob Damkani, foi para a Papua Nova Guiné e filmou uma tribo recitando o Shemah. Essa tribo aprendeu o Shemah de um grupo missionário cristão chamado New Tibes Mission. Caso encerrado? Claro que não.

Munido dessas informações, basta agora saber como esse vídeo se tornou viral a ponto de muita gente acreditar que essa tribo é uma das tribos perdidas de Israel. Na minha pesquisa, descobri que simplesmente, outras pessoas copiaram o vídeo do Jacob Damkani e o renomeou com nomes que acabaram induzindo muita gente ao erro com nomes sugestivos como: “Tribo Perdida de Israel na Papua Nova Guiné”. Teve até um sujeito que teve a pachorra de renomear o vídeo com o nome: “Tribo Perdida na África”(!), Gente dá África? Basta olhar para o biótipo dos caras para ver que eles não são da África! Continuando, o vídeo acabou tendo uma salada de nomes. Por isso, pessoas acabam (de boa fé) compartilhando esse vídeo pois realmente acreditando em ser tratar de uma das Tribos Perdidas de Israel. Caso encerrado? Não ainda falta um fio solto.

Não poderia terminar com algo que me deixou curioso. Quem é esse tal de Jacob Damkani? E o que pelos mil trovões, ele estava fazendo no meio de uma tribo que canta em hebraico nos confins da Papua Nova Guiné?

A resposta foi fácil de achar. Esse Jacob ou Yakov ou sei-lá-mais-o-quê Damkami - Pelo que descobri - Nasceu em uma família judia em Israel. Mas chutou o pau da barraca e não queria saber de ir para a sinagoga. Viveu uma “vida loka” até os 22 anos foi para os Estados Unidos e se tornou cristão,  mudando radicalmente sua vida e deixando para traz uma vida de pecados. Com o tempo ele entrou no movimento dos “Judeus Messiânicos” (Vale lembrar que judaísmo messiânico não existe. Basicamente é cristianismo de kipá). Passaram-se alguns anos e ele fundou a igreja Trumpet of Salvation e ficou milionário (óbvio).

Acima: Site oficial da igreja de Jacob Damkani.


Sua missão na Papua Nova Guiné foi simples. Ele está se aproveitando do trabalho de décadas feito pelos missionários cristãos protestantes e agora ele está semeando o “judaismo messiânico” pelas tribos de lá. Basicamente as missões protestantes fizeram todo o trabalho árduo de converter as tribos “pagãs” ao cristianismo, e o Jacob Damkani está se aproveitando na cara dura e estabelecendo sua igreja com tudo prontinho. Espertinho esse Jacob.

Para terminar, peço a você meu caro leitor, ao momento que alguém te mandar esse vídeo dizendo que é de uma das tribos perdidas, mande o link desse blog como resposta.

 E o último mistério desse vídeo:


Aonde esse cara conseguiu esses óculos????