Essa semana, o artefato mais sagrado do judaísmo. O Sefer Torah. Totalmente casher.
segunda-feira, setembro 30, 2013
sábado, setembro 28, 2013
Vida Longa e Próspera.
O que tem haver Star Trek com o judaísmo? Muita coisa. Mas, nada é mais emblemático e aparente do que a saudação volcana.
Vida longa e Próspera.
Data estelar 3372.7, o local é o planeta Volcano. O Senhor Spock retorna ao seu planeta natal. O motivo, Spok entra em um período biológico chamado Ponn Far (algo parecido com o período fértil do salmão) Nesse período, eles devem retornar há um determinado local específico para poder ter relações sexuais com uma parceira ou morrer.
Ao chegar no planeta Volcano, Spock saúda os outros volcanos de uma maneira bem peculiar. Diferente de nós humanos que temos contatos físicos como apertos de mãos, abraços, beijos, etc. Os volcanos levanam a mão direita e fazem um sinal com a mão e dizem: "Vida Longa e Próspera".
Este é o primeiro episódio da segunda temporada denominado: "Amok Time" (No Brasil teve o nome de:
Tempo de Loucura). Da série de TV Star Trek (Jornada nas estrelas, no Brasil). A data, 15 de setembro de 1967 e o local, vários lares americanos.
Mas o que tem haver Spok, a saudação volcana e o judaísmo?
Uma saudação volcana ou judaica?
Na maioria dos lares americanos, a saudação volcana fez muito sentido, afinal, Spock é apenas meio-humano (filho de um volcano e uma humana) e criado dentro da cultura alienígena volcana. Nada mais lógico que os volcanos tivessem uma saudação diferente.
Nos anos 60, no auge do movimento hippie, muita gente relacionou o sinal em forma de V e as palavras "Vida longa e próspera" com o sinal hippie em V com as palavras "Paz e amor". Mas, nesse mesmo dia, em alguns lares judeus americanos, algo chamou muita atenção. Aquele sinal era muito familiar. Era um sinal feito em serviços religiosos judaicos. Esse era o sinal dos Cohanim.
Leia também
Os cohanim.
A bênção real é feita com ambos os braços estendidos horizontalmente na frente, na altura dos ombros, com as mãos tocando, para formar a letra hebraica "shin". Isso significa a palavra hebraica para "Shaddai", que significa "Todo Poderoso [Deus]". Leonard Nimoy (O ator que interpretava Spok) modificou este gesto em uma das mãos em posição vertical, tornando-se mais como uma saudação. Então, tecnicamente, a saudação vulcana não é a mesma coisa que a bênção judaica cerimonial. Ainda assim, a semelhança é perto o suficiente para evocar o reconhecimento imediato entre os judeus conhecedores. Imaginem a surpresa de vários espectadores judeus que assistiram o episódio inédito!
Durante o culto da sinagoga, os espectadores não devem olhar para os Cohanim enquanto a bênção está sendo dada. A razão para isso é focar toda nossa atenção nas palavras da própria oração, ao invés de olharem para os Cohanim. Os Cohanim são apenas os canais, e não a origem, da bênção, que vem de Deus. Infelizmente, todos os tipos de superstições tolas surgiram sobre este ritual, como "Não olhe para os Cohanim, ou você vai ficará cego!" e outras bobagens. A verdadeira razão é simplesmente a de se concentrar em receber as bênçãos diretamente de Deus, e não de seres humanos.
Devemos também observar que a proibição contra a olhar o sinal aplica-se apenas durante o ritual de bênção. O gesto em si não é nada secreto. Você pode vê-lo exibido abertamente em livros e em amuletos, jóias, enfeites de parede, chaveiros e lápides, etc. Ao contrário da lenda urbana, Nimoy não estava violando quaisquer tabus judaicos usando este gesto em Star Trek, especialmente desde que ele modificou a partir da versão original. Eu, por exemplo, acho que é absolutamente maravilhoso que algo tão autenticamente judaico tornou-se universalmente reconhecida como uma saudação de paz. Mais do que qualquer outra
coisa oriunda de Star Trek.
Além da própria saudação, o uso cerimonial de "Vida longa e próspera", e sua resposta menos conhecida, "Paz e vida longa", também mostram uma forte influência judaica. O formato é semelhante a uma tradicional saudação em hebraico: שלום עליכם "Shalom Aleichem" (a paz esteja com você) e a resposta, "Shalom Aleichem" (a paz esteja sobre vós.) Os muçulmanos têm uma saudação semelhante em árabe que é "Salaam Aleikum" e a resposta "Aleikun Salaam". Mais uma vez, podemos ver um forte paralelo entre a cultura vulcano e as culturas do Oriente Médio.
Mas como a saudação chegou em Star Trek?
Nas gravações do episódio "Amok Time", Leonard Nimoy teria que saudar outros volcanos. Mas havia um problema, em um outro episódio anterior, foi dito que os volcanos possuem habilidades telepáticas natuarais. E essa contato telepático se dá através do toque. Logo, se um volcano tocar em outro haverá naturalmente uma invasão de privacidade. Por isso, Leonard Nimoy teve a idéia de usar um gesto totalmente distinto e sem contato físico. Então teve a idéia de usar um sinal em forma de V com o polegar para fora. Mas de onde ele torou esse sinal?
Mas fácil saber das palavras do próprio Leonard Nimoy:
"Eu cresci em um bairro interessante do centro da cidade, em Boston. A área era conhecida como West End, e foi escrito sobre ela em um livro chamado os Urban Villagers Era uma área desejável, uma vez que ficava a uma curta distância do centro de Boston e do Boston Commons, bem como, está situado ao longo das margens do Rio Charles.
A população era em sua maioria imigrantes. Talvez 70% italiano e 25% dos judeus. Minha família participava de serviços em uma sinagoga judaica ortodoxa. [...] Nós estávamos especialmente atentos aos grandes feriados, Rosh Hashaná, o Ano Novo judaico, e Yom Kippur, o Dia do Perdão.
Já que eu era um pouco musical, fui chamado quando garoto, para cantar no coral para as festas e eu estava, portanto, expostos a todos os rituais em primeira mão. Eu ainda tenho a memória viva da primeira vez que vi o uso das das mãos com os dedos divididos sendo estendido para a congregação em bênção.
Havia um grupo de cinco ou seis homens de frente para a congregação e cantando em gritos apaixonados de uma bênção em hebraico. Ele se traduziria em 'Que o Senhor te abençoe e te guarde", etc ...
Meu pai disse: 'Não olhe.'
Soube mais tarde que, acredita-se que, durante esta oração, o 'Shechina', o aspecto feminino de Deus vem ao templo para abençoar a congregação. A luz desta deidade poderia ser muito prejudicial. Assim, nos disseram para nos proteger, fechando os olhos.
Eu espiei.
E quando eu vi o gesto de divisão de dedos destes homens ... Eu estava em transe. Eu aprendi a fazê-lo simplesmente porque ele parecia tão mágico.
Foi, provavelmente, 25 anos depois que eu apresentei esse gesto como uma saudação volcana em Star Trek e tem ressoado com os fãs em todo o mundo desde então. Isso me dá grande prazer, pois é, afinal, uma bênção."
Shavua Tov e vida longa e próspera!
Mas o que tem haver Spok, a saudação volcana e o judaísmo?
Uma saudação volcana ou judaica?
Na maioria dos lares americanos, a saudação volcana fez muito sentido, afinal, Spock é apenas meio-humano (filho de um volcano e uma humana) e criado dentro da cultura alienígena volcana. Nada mais lógico que os volcanos tivessem uma saudação diferente.
Nos anos 60, no auge do movimento hippie, muita gente relacionou o sinal em forma de V e as palavras "Vida longa e próspera" com o sinal hippie em V com as palavras "Paz e amor". Mas, nesse mesmo dia, em alguns lares judeus americanos, algo chamou muita atenção. Aquele sinal era muito familiar. Era um sinal feito em serviços religiosos judaicos. Esse era o sinal dos Cohanim.
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Capitão Amédica - Defensor do American Way e do povo judeu.
Os cohanim.
Ilustração representando os Cohanim (Sacerdotes) fazendo a benção (beracha) nos tempos do Templo |
כהנים Cohanim (pluram de כהן Cohen, palavra hebraica que significa "sacerdote"), durante alguns cultos religiosos judaicos. Os Cohanim são descendentes genealógicos dos sacerdotes judeus que serviam no Templo de Jerusalém. Judeus modernos não possuem sacerdotes conduzindo os serviços religiosos como nos tempos antigos, nem temos mais sacrifícios de animais. (Sim, as pessoas realmente me perguntam sobre isso!) O sistema sacrificial terminou com a destruição do Templo pelos romanos no ano 70. E.C. No entanto, um remanescente do serviço do Templo vive no ritual Birkat Kohanim ברכת כהנים (bênção dos sacerdotes), também conhecida como Nesiat Kapayim ("estender as mãos"), Os judeus ashkenazi chamam de Dukhanen (Da palavra em Iídiche "dukhan" - Platforma - Por que a benção é é dada de uma tribuna mais elevada) e é realizada em certos em algumas ocasiões específicas. Eis a benção:
Ilustração do Birkat Kohanim. Nos tempos modernos após a destruição do templo. |
Em hebraico:
יְבָרֶכְךָ יהוה, וְיִשְׁמְרֶךָ
יָאֵר יהוה פָּנָיו אֵלֶיךָ, וִיחֻנֶּךָּ
יִשָּׂא יהוה פָּנָיו אֵלֶיךָ, וְיָשֵׂם לְךָ שָׁלוֹם
Transliterado:
Yevarechecha Adonai veyishmerecha
Ya'er Adonai panav eleicha vichunecha
Yissa Adonai panav eleicha veyasem lecha shalom
Português
Que o Senhor te abençoe e te guarde.
Que o Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti.
Que o Senhor Eterno sobre ti levante o rosto e te dê a paz.
Na verdade, a bênção é feita com ambos os braços estendidos horizontalmente para frente, na altura dos ombros, com as mãos se tocando, para formar a letra hebraica ש (shim). Isso significa a palavra hebraica שדי (Shadai) escritas com a letra (Shim, Dalet e Yud) que significa "Todo Poderoso [Deus]" e também é o acrônimo de (ש)Shomer (ד)Daltot (י)Yisrael (Guardão das Portas de Israel). Nimoy modificou este gesto em uma das mãos em posição vertical, tornando-se mais como uma saudação. Então, tecnicamente, a saudação vulcana não é a mesma coisa que a bênção judaica cerimonial. Ainda assim, a semelhança é perto o suficiente para evocar o reconhecimento imediato entre os judeus conhecedores.O sinal usado pelos Cohanim forma a letra hebraica Shim. |
Durante o culto da sinagoga, os espectadores não devem olhar para os Cohanim enquanto a bênção está sendo dada. A razão para isso é focar toda nossa atenção nas palavras da própria oração, ao invés de olharem para os Cohanim. Os Cohanim são apenas os canais, e não a origem, da bênção, que vem de Deus. Infelizmente, todos os tipos de superstições tolas surgiram sobre este ritual, como "Não olhe para os Cohanim, ou você vai ficará cego!" e outras bobagens. A verdadeira razão é simplesmente a de se concentrar em receber as bênçãos diretamente de Deus, e não de seres humanos.
O sinal não é secreto. Pode ser visto em vários lugares como: Fachadas, jóias, chaveiros, lápides, etc. |
coisa oriunda de Star Trek.
Além da própria saudação, o uso cerimonial de "Vida longa e próspera", e sua resposta menos conhecida, "Paz e vida longa", também mostram uma forte influência judaica. O formato é semelhante a uma tradicional saudação em hebraico: שלום עליכם "Shalom Aleichem" (a paz esteja com você) e a resposta, "Shalom Aleichem" (a paz esteja sobre vós.) Os muçulmanos têm uma saudação semelhante em árabe que é "Salaam Aleikum" e a resposta "Aleikun Salaam". Mais uma vez, podemos ver um forte paralelo entre a cultura vulcano e as culturas do Oriente Médio.
Mas como a saudação chegou em Star Trek?
Nas gravações do episódio "Amok Time", Leonard Nimoy teria que saudar outros volcanos. Mas havia um problema, em um outro episódio anterior, foi dito que os volcanos possuem habilidades telepáticas natuarais. E essa contato telepático se dá através do toque. Logo, se um volcano tocar em outro haverá naturalmente uma invasão de privacidade. Por isso, Leonard Nimoy teve a idéia de usar um gesto totalmente distinto e sem contato físico. Então teve a idéia de usar um sinal em forma de V com o polegar para fora. Mas de onde ele torou esse sinal?
Mas fácil saber das palavras do próprio Leonard Nimoy:
"Eu cresci em um bairro interessante do centro da cidade, em Boston. A área era conhecida como West End, e foi escrito sobre ela em um livro chamado os Urban Villagers Era uma área desejável, uma vez que ficava a uma curta distância do centro de Boston e do Boston Commons, bem como, está situado ao longo das margens do Rio Charles.
A população era em sua maioria imigrantes. Talvez 70% italiano e 25% dos judeus. Minha família participava de serviços em uma sinagoga judaica ortodoxa. [...] Nós estávamos especialmente atentos aos grandes feriados, Rosh Hashaná, o Ano Novo judaico, e Yom Kippur, o Dia do Perdão.
Já que eu era um pouco musical, fui chamado quando garoto, para cantar no coral para as festas e eu estava, portanto, expostos a todos os rituais em primeira mão. Eu ainda tenho a memória viva da primeira vez que vi o uso das das mãos com os dedos divididos sendo estendido para a congregação em bênção.
Havia um grupo de cinco ou seis homens de frente para a congregação e cantando em gritos apaixonados de uma bênção em hebraico. Ele se traduziria em 'Que o Senhor te abençoe e te guarde", etc ...
O Rabino Yonassan Gershom é um Trekkie
(Fã de Star Trek) e autor do livro:
Jewish Themes in Star Trek.
|
Meu pai disse: 'Não olhe.'
Soube mais tarde que, acredita-se que, durante esta oração, o 'Shechina', o aspecto feminino de Deus vem ao templo para abençoar a congregação. A luz desta deidade poderia ser muito prejudicial. Assim, nos disseram para nos proteger, fechando os olhos.
Eu espiei.
E quando eu vi o gesto de divisão de dedos destes homens ... Eu estava em transe. Eu aprendi a fazê-lo simplesmente porque ele parecia tão mágico.
Foi, provavelmente, 25 anos depois que eu apresentei esse gesto como uma saudação volcana em Star Trek e tem ressoado com os fãs em todo o mundo desde então. Isso me dá grande prazer, pois é, afinal, uma bênção."
E agora com vocês, o momento que ficou para a história. A primeira vez que a saudação volcana apareceu na TV.
Shavua Tov e vida longa e próspera!
sexta-feira, setembro 27, 2013
Card da Semana: Moisés
Taí galera, o card da semana. Não tenho como fazer um blog de judaísmo sem cards de Magic. E para iniciar nossa coleção, o próprio Moshé Rabenu.
Shabat Shalom.
quinta-feira, setembro 26, 2013
A idade do Universo.
Bom, como estamos no início desse blog. Sendo este o primeiro artigo que publico, nada melhor que começar do início. E não há época melhor, pois estamos na semana de estudo da Parashá Bereshit onde reiniciamos o ciclo anual de leitura da Torah. E espero iniciar com chave de ouro, com esse artigo do Dr. Gerald Schroder que foi publicado a alguns anos no site aish.com.
A idade do universo
(Dr. Gerald Schroder)
Uma das contradições mais óbvias percebidas entre a Torá e a ciência é a
idade do universo. São bilhões de anos , como os dados científicos , ou são milhares
de anos , como os dados bíblicos ? Quando somamos as gerações da Bíblia,
chegamos a 5.700 anos e mais . Considerando os dados do telescópio Hubble ou a
partir dos telescópios terrestres no Havaí , indicam a idade de cerca de 15
bilhões de anos.
Deixe-me esclarecer logo no início. O mundo pode ser de apenas alguns
6.000 anos de idade. Deus poderia ter colocado os fósseis no chão e
malabarismos com a luz que chega de galáxias distantes para fazer o mundo
parecer ter bilhões de anos de idade. Não há absolutamente nenhuma maneira de
refutar essa afirmação. Deus sendo infinito poderia ter feito o mundo dessa
forma. Há outra abordagem possível, que também concorda com a descrição dos
antigos comentaristas sobre Deus e da natureza. O mundo pode ser jovem e velho
ao mesmo tempo. Neste caso, considero a última opção.
Na tentativa de resolver este conflito aparente, é interessante olhar
historicamente as tendências do conhecimento, porque as provas absolutas não
são próximas . Mas o que está disponível é o olhar para como a ciência mudou
sua imagem do mundo , relativamente à imagem imutável da Torá. (Eu me recuso a
usar comentários bíblicos modernos , porque já se conhece a ciência moderna , e
é sempre influenciada por esse conhecimento. Há tendência é dobrar a Bíblia
para coincidir com a ciência. )
Então, os únicos dados que eu uso , assim como os comentários bíblico vem
dos comentários antigos . Isso significa que o texto da própria Bíblia ( 3300
anos atrás), a tradução da Torá para o aramaico por Onkelos (100 dC), o Talmud
(redigido por volta do ano 500 EC), e os três principais comentaristas da Torá.
Há muitos, muitos comentaristas , mas no topo da montanha há três, aceito por
todos: Rashi (século XI, França) , que traz o entendimento direto do texto,
Maimônides (século XII, Egito ), que lida com os conceitos filosóficos e, em
seguida, Nachmânides (século XIII, Espanha) , o mais antigo dos cabalistas .
Estes comentários antigos foram finalizados muito antes que Hubble fosse
um brilho nos olhos de seu bisavô.
Portanto, não há possibilidade de Hubble ou
quaisquer outros dados científicos modernos influenciassem esses conceitos.
Leia também:
A Bíblia é contra a evolução?
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Universo com um começo
Em 1959, uma pesquisa foi realizada dos principais cientistas americanos. Dentre
as muitas perguntas feitas, havia: " Qual é o seu conceito de idade do
universo ? " Em 1959 , a astronomia era popular, mas a cosmologia - a
profunda física de compreender o universo - estava em desenvolvimento. A
resposta a essa pesquisa foi recentemente republicado na Scientific American -
a revista científica mais lida no mundo. Dois terços dos cientistas deram a
mesma resposta: "Início? Não houve início. Aristóteles e Platão nos
ensinou 2.400 anos atrás, que o universo é eterno. Oh, nós sabemos que a Bíblia
diz: No início. É uma bela história, mas nós sofisticados sabemos melhor. Não
houve começo."
Depois de 3000 anos de discussão, a ciência chegou a concordar com a Torá.
Era 1959. Em 1965, Penzias e Wilson descobriram o eco do Big Bang na
escuridão do céu durante a noite, e o paradigma do mundo mudou a partir de um
universo que era eterno a um universo que teve um começo. Depois de 3000 anos
de discussão, a ciência chegou a concordar com a Torá.
A partir de Rosh Hashaná.
Há quanto tempo o "Início" ocorreu? É, como a Bíblia diz, 5700
anos ou mais, ou foi há 15 bilhões de anos, que é aceito pela comunidade
científica ?
A primeira coisa que temos que entender é a origem do calendário bíblico.
O ano judaico é figurado pela soma das gerações desde Adam (Adão). Além disso,
há seis dias que antecederam a criação de Adam. Estes seis dias são
significativos também.
Agora, onde é que vamos fazer o marco zero? Em Rosh Hashaná, o Ano Novo
judaico, ao tocar o shofar, a seguinte frase é dita: "Hayom Harat Olam -
hoje é o aniversário do mundo.”.
Este verso poderia implicar que Rosh Hashaná (O ano novo judáico) comemora a criação do
universo. Mas isso não acontece. Rosh Hashaná comemora a criação da Neshamah, a
alma da vida humana. Nós começamos a contar os nossos 5.700 anos ou mais a
partir da criação da alma de Adam.
Temos um relógio que começa com Adam, e os seis dias são separados a
partir deste relógio. A Bíblia tem dois relógios .
Isso pode parecer uma racionalização moderna, se não fosse pelo fato de
que os comentários talmúdicos de 1500 anos atrás, traz esta informação. No
Midrash (Vayicrá Rabá 29:1) , uma expansão do Talmud , todos os sábios
concordam que Rosh Hashaná comemora a alma de Adam, e que os seis dias de
Gênesis são separados.
Por que os Seis Dias tirados do calendário? Porque o tempo é descrito de
maneira diferente nesses seis dias de Gênesis. "Houve tarde e manhã"
é uma estranha maneira exótica, incomum de descrever tempo.
Mais fundo no texto
Na tentativa de compreender o fluxo do tempo aqui , você tem que lembrar
que os seis dias é descrito em 31 frases. Os Seis Dias da Gênesis, que deram as
pessoas tantas dores de cabeça na tentativa de entender a ciência vis-a-vis a
Bíblia, estão confinados a 31 frases! No MIT, na biblioteca Hayden, tivemos
cerca de 50 mil livros que lidam com o desenvolvimento do universo: cosmologia,
química, termodinâmica, paleontologia, arqueologia, a física de alta energia da
criação. Em Harvard , na biblioteca Weidner, eles provavelmente têm 200 mil
livros sobre estes mesmos temas. A Bíblia nos dá 31 sentenças. Não espere que
por uma simples leitura dessas frases que você vai saber todos os detalhes, que
é realizada dentro do texto. É óbvio que temos que cavar mais fundo para obter
as informações.
A idéia de ter que cavar mais fundo não é uma racionalização. O Talmud (Chagiga,
cap. 2) nos diz que a partir da frase de abertura da Bíblia, até o início do
capítulo dois, o texto inteiro é dado em forma de parábola, um poema com um
texto e um subtexto. Agora, mais uma vez, ponha-se na mentalidade de 1500 anos
atrás, época do Talmud . Por que o Talmud achou que foi uma parábola? Você acha
que há 1500 anos eles achavam que Deus não poderia fazer tudo em 6 dias? Era um
problema para eles? Temos um problema hoje em dia com dados de cosmologia e
científicos. Mas há 1500 anos, qual é o problema com 6 dias para um Deus
infinitamente poderoso? Sem problemas.
Assim, quando os sábios excluíram esses seis dias do calendário, e
disseram que todo o texto é uma parábola, não era porque eles estavam tentando
se desculpar do que tinham visto no museu local. Não havia nenhum museu local.
O fato é que uma leitura atenta do texto deixa claro que não há informações
ocultas e dobradas em camadas abaixo da superfície.
A idéia de procurar um significado mais profundo na Torah não é diferente
do que procurar um significado mais profundo na ciência. Assim como olhamos
para as leituras mais profundas na ciência para aprender o funcionamento da natureza,
assim também nós precisamos olhar para as leituras mais profundas na Torá. Rei
Salomão, em Provérbios 25:11 aludiu a isso . “Uma palavra dita oportunamente é
como maçãs de ouro em recipientes de prata.” Maimônides no Guia para os
Perplexos interpreta este provérbio: O prato de prata é o texto literal da
Torá, como pode ser visto à distância. As maçãs de ouro são os segredos
mantidos dentro do prato de prata do texto da Torá. Milhares de anos atrás, nós
aprendemos que existem sutilezas no texto que ampliam o caminho significado
além de sua simples leitura. São essas sutilezas que eu quero ver.
História Natural e História Humana
Existem fontes judaicas antigas que nos dizem que o calendário da Bíblia é
duas partes (até mesmo antecedendo Levítico Rabba que remonta quase 1500 anos e
diz que explicitamente). No discurso de encerramento que Moisés faz com as pessoas,
ele diz que se você quiser ver as impressões digitais de Deus no universo,
זְכֹר יְמוֹת עוֹלָם, בִּינוּ שְׁנוֹת דֹּר-וָדֹר
"Lembra-te dos dias antigos, atentai para os anos das gerações sucessivas” (Devarim/Deuteronômio32: 7).
Nachmânides , em o nome da Cabala, diz: "por que Moshé (Moisés) quebra o
calendário em duas partes - os dias antigos e os anos das gerações sucessivas?
" Porque, " Considere os dias antigos " são os Seis Dias da
Gênesis. “ Os anos de gerações sucessivas” é o tempo de Adam para frente .
Moshé (Moisés) diz que você pode ver impressões digitais de Deus sobre o
universo em uma de duas maneiras. Olhe para o fenômeno dos Seis Dias, e o
desenvolvimento da vida no universo, o que é incompreensível. Ou, se isso não
impressioná-lo, em seguida, basta considerar a sociedade de Adam para frente -
o fenômeno da história humana. De qualquer maneira, você vai encontrar a marca
de Deus.
Eu, recentemente me reuni em Jerusalém com o Professor Leon Lederman, vencedor do Prêmio Nobel de Física. Estávamos falando
de ciência, e, como a conversa continuou, eu disse: "Que tal
espiritualidade, Leon?” E ele me disse: “Schroeder , eu vou falar de ciência com
você, mas, tanto quanto a espiritualidade, falar com as pessoas do outro lado
da rua, os teólogos". Mas, então, continuou ele, e ele disse: "Mas
eu acho algo assustador sobre o povo de Israel ter voltado para a Terra de
Israel".
Interessante. A primeira parte da declaração de Moisés (Moshé): "Lembra-te dos dias antigos" -
sobre os seis dias de Gênesis - que não impressionou Prof Lederman . Mas os
"os anos das gerações sucessivas"
- história humana - que o impressionou . Prof Lederman encontrou nada
assustador sobre os esquimós comerem peixe no Círculo Polar Ártico. E ele não
encontrou nada assustador sobre os gregos comerem mussaca em Atenas. Mas ele vê
algo real assustador sobre os judeus comer falafel na Rua Jaffa em Jerusalém.
Porque não deveria ter acontecido. Não faz sentido historicamente que os judeus
tivessem voltado para a Terra de Israel. No entanto, foi isso que aconteceu .
E essa é uma das funções do povo judeu no mundo. Para atuar como uma
demonstração. Nós só queremos que as pessoas em todo o mundo possam entender
que existe alguma brincadeira acontecendo com a história que faz com que nem
tudo apenas aleatório. Que há alguma direção para o fluxo da história. E o
mundo tem visto através de nós. Não é por acaso que Israel está na primeira
página do New York Times, mais do que ninguém.
O que é um "Dia”?
Vamos pular de volta para os seis dias de Gênesis. Primeiro de tudo, nós
agora sabemos que quando o calendário bíblico diz que 5700 anos e mais, é
preciso acrescentar a isso "mais seis dias.”.
Alguns anos atrás, eu adquiri um fóssil de dinossauro, que foi datada (por
duas cadeias de decaimento radioativo) com 150 milhões de anos. Minha filha de 7
anos de idade, disse: "Abba (Papai)! Dinossauros? Como pode haver
dinossauros 150 milhões de anos , quando meu professor de Bíblia diz que o
mundo não é nem mesmo 6000 anos de idade? " Então eu disse-lhe para olhar
em Salmo 90:4 . Lá, você vai encontrar algo bastante surpreendente. Rei David disse: "Ante Ti [Deus], 1.000 anos são como 1 dia que passou, como uma
vigília noturna" Talvez o tempo é diferente do ponto de vista do Rei
David , que é a partir da perspectiva do Criador. Talvez o tempo é diferente.
O Talmud (Chagiga, cap. 2) , na tentativa de compreender as sutilezas da
Torah , analisa a palavra "choshech". Quando a palavra "
choshech " aparece , em Gênesis 1:2, o Talmud explica que isso significa
fogo negro, a energia negra, um tipo de energia que é tão poderosa que você não
pode sequer vê-la. Dois versículos depois, em Gênesis 1:4, o Talmud explica que
a mesma palavra - "choshech” - significa escuridão , ou seja, a ausência
de luz.
Outras palavras também não são para ser entendido por suas definições comuns.
Por exemplo, "mayim” normalmente significa água. Mas Maimônides diz que as
declarações originais de criação, a palavra "Mayim" também pode
significar os blocos de construção do universo.
Outro exemplo: Gênesis 1:5, que diz: ". “E foi tarde e foi manhã,
dia um.” Esta é a primeira vez que um dia é quantificado: noite e manhã . Nachmânides
discute o significado de noite e de manhã . Será que isso significa pôr do sol
e o nascer do sol? Certamente é o que aparenta.
Mas Nachmânides aponta um problema com isso . O texto diz que “E foi tarde
e foi manhã, dia um.”[...] Tarde e manhã, dia dois [...] Tarde e manhã o dia três. Em
seguida, no quarto dia, é que o Sol é mencionado. Nachmânides diz que qualquer leitor
inteligente pode ver um problema óbvio . Como temos um conceito de noite e de
manhã para os primeiros três dias , se o sol só é mencionada no quarto dia? Há
um propósito para o sol aparece apenas no quarto dia , de modo que, como o
tempo passa e as pessoas a entender mais sobre o universo , você pode cavar
mais fundo no texto.
Nachmânides diz o texto usa as palavras " Vayehi Erev " - "Foi
a tarde ", mas isso não significa Ele explica que as letras hebraicas Ayin
, Resh , Bet - a raiz de " erev " - é o caos . Mistura , desordem. É
por isso que à noite é chamado de "erev" , porque quando o sol se põe
, a visão fica embaçada . O significado literal é “havia desordem.” A palavra
na Torah para "manhã" - "Boker” - é o oposto absoluto. Quando o
sol nasce, o mundo torna-se "bikoret", ordenada, capaz de ser
discernido. É por isso que o sol não precisa ser mencionado até o dia quatro.
Porque a partir Erev (Tarde) para Boker (Manhã) é um fluxo da desordem à ordem,
do caos ao cosmos. Isso é algo que
qualquer cientista irá depor nunca ocorrerá em um sistema descontrolado . Ordem nunca
surge espontaneamente da desordem e permanece ordenada. Ordem sempre se degrada
ao caos, a menos que o ambiente reconheça
a ordem e a trave para preservá-la. Não deve ser um guia para o sistema.
Isso é uma declaração inequívoca.
A Torá quer que a gente se surpreenda com este fluxo, a partir de um
plasma caótico e acabar com a sinfonia da vida. Dia-a-dia o mundo avança para
níveis mais elevados. Ordem da desordem. É termodinâmica pura. E é confirmada
em uma terminologia de 3000 anos atrás.
A criação do tempo.
Cada dia da criação é numerado. No
entanto, há uma descontinuidade na forma como os dias estão contados. O
versículo diz : “E foi tarde e foi manhã, dia um.” Mas no segundo dia não se
diz: "tarde e manhã , dia
dois." Em vez disso, o texto diz que "tarde e manhã, dia segundo."
E a Torá continua com este padrão: "E foi tarde e foi manhã, o terceiro
dia [...] quarto dia [..] quinto dia [...] sexto dia". Somente no primeiro
dia que o texto usa uma forma diferente, não "o primeiro dia", mas
"Dia Um" ("Yom Echad” ). “Muitas traduções inglesas cometem o
erro de escrever primeiro dia” (Nota do Tradutor: O mesmo ocorre nas traduções
em português). Isso porque os editores querem que as coisas sejam agradáveis e
consistentes. Mas jogar fora a mensagem cósmica no texto! Porque há uma
diferença qualitativa, como diz Nachmânides, entre " um " e
"primeiro. "Um é absoluto , primeiro é comparativo”.
Nachmânides explica que no Dia Um,
o tempo foi criado. Isso é uma visão fenomenal. O tempo foi criado. Você não
pode pegar o tempo. Você não precisa nem vê-lo. Você pode ver o espaço, você
pode ver a matéria, você pode sentir a energia, você pode ver a energia da luz.
Eu compreendo a criação lá. Mas a criação de tempo? Oitocentos anos atrás,
Nachmânides alcançou essa percepção do uso dessa frase na Torá sobre a frase,
"Dia Um". E isso é exatamente o que Einstein nos ensinou nas leis da
relatividade: a de que houve uma criação, não apenas do espaço e da matéria,
mas do próprio tempo.
Lei da Relatividade de Einstein.
Olhando para trás no tempo, um cientista vai ver o universo como sendo de 15
bilhões de anos. Mas o que é a visão bíblica do tempo? Talvez ela vê o tempo de
maneira diferente. E isso faz uma grande diferença. Albert Einstein nos ensinou
que a cosmologia do Big Bang traz não apenas o espaço e a matéria à existência,
mas que o tempo faz parte do âmago da questão . O tempo é uma dimensão. Tempo é
afetada por sua visão do tempo. Como você vê o tempo depende de onde você está
vendo isso. Um minuto na Lua vai mais rápido do que um minuto na Terra. Um
minuto no Sol se mais lento. O tempo no Sol
é na verdade esticado. Se pudéssemos colocar um relógio no sol, iria andar mais
lentamente. É uma diferença pequena, mas mensurável e medida.
Se você pudesse amadurecer laranjas no Sol, elas demorariam mais para
amadurecer. Por quê? Porque o tempo no Sol passa mais lentamente. Será que você
sente que está indo mais devagar? Não, porque a sua biologia seria parte do
sistema. Se você estivesse vivendo no Sol, seu coração bateria mais lentamente.
Onde você estiver sua biologia está em sintonia com o horário local. E um
minuto ou uma hora, onde quer que você esteja é exatamente um minuto ou uma
hora.
Se você pudesse olhar a partir de um sistema para outro, você veria tempo
muito diferente. Porque dependendo de fatores como gravidade e velocidade, você
vai perceber o tempo de uma maneira que é muito diferente. O fluxo de tempo
varia de um local para outro local. Daí o termo: a lei da relatividade.
Aqui está um exemplo: Certa noite, estávamos sentados em torno da mesa de
jantar , e minha filha de 1 anos perguntou: "Como você poderia ter
dinossauros? Como você poderia ter bilhões de anos cientificamente - e milhares
de anos biblicamente ao mesmo tempo? Então eu disse-lhe para imaginar um planeta
onde o tempo está tão esticado que enquanto vivemos dois anos na Terra, apenas
três minutos vai passar naquele planeta. Agora, esses lugares realmente existem
, eles são observados . Seria difícil morar lá com nessas condições , e você
não podia chegar a eles também, mas em experimentos mentais que você pode
fazê-lo . Dois anos vão passar na Terra, três minutos vão passar no planeta.
Então, minha filha diz "Ótimo! Envie-me para o planeta. Vou passar três
minutos lá. Eu vou fazer dois anos de trabalho de casa. “Eu vou voltar para
casa em três minutos, e não mais lição de casa por dois anos.”
Boa tentativa. Supondo que ela tinha 11 anos, quando ela saiu, e seus
amigos tinham 11. Ela gasta três minutos no planeta e em seguida volta para casa . (O tempo de
viagem não tem tempo.) Quantos anos ela terá quando ela voltar? Onze anos e 3
minutos. E seus amigos estarão com 13. Porque ela viveu três minutos, enquanto que
viveu 2 anos. Seus amigos envelheceram entre 11 anos a 13 anos, enquanto ela
tem 11 anos e 3 minutos.
Teria ela olhado para a Terra do enquanto estava no outro planeta, sua
percepção do tempo na Terra seria que todo mundo estava se movendo muito rapidamente,
porque em um de seus minutos, centenas de milhares de nossos minutos iriam
passar. Considerando que, se olhamos da Terra para o outro planeta, ela estaria
se movendo muito lentamente.
Mas o qual é correto? Três anos? Ou três minutos? A resposta é ambos. Os
dois estão acontecendo ao mesmo tempo. Esse é o legado de Albert Einstein.
Acontece que existem literalmente milhares de milhões de locais no universo,
onde se pudesse colocar um relógio no local, iria mover tão devagar, que a
partir de nossa perspectiva (se pudéssemos viver por tanto tempo) 15 bilhões de
anos iria passar voando... Mas o relógio naquele local remoto iria marcar seis
dias.
Viagem no tempo e o Big Bang.
Mas como isso ajuda a explicar a Bíblia? Porque afinal o Talmud, e Rashi e
Nahmanides (que é a Cabala) todos dizem que seis dias de Gênesis foram seis
períodos de 24 horas regulares não mais do que a nossa semana de trabalho!
Vamos olhar um pouco mais afundo. As fontes judaicas clássicas dizer que
antes do início, nós realmente não sabemos o que havia. Nós não podemos dizer
que antecede o universo. O Midrash faz a pergunta: Por que a Bíblia começa com
a letra Beit? Porque Beit - (que é escrita como um C ao contrário - ב) é fechado em
todos os sentidos e aberto somente na direção para frente. Por isso não podemos
saber o que vem antes, só o que vem depois. A primeira letra é um Beit - Fechado
em todas as direções e somente abertos na frente. (Nota do Tradutor: Apenas para esclarecer aqueles que não estão familiarizados com o idioma hebraico, a escrita é da direita para a esquerda. Por isso o autor afirma que a letra Beit - ב - Está direcionada para frente, pois é a direção da leitura em hebraico).
Nachmânides expande a declaração. Ele diz que, embora os dias são de 24
horas cada um , eles contêm " kol yemot ha-olam " - todas as idades e
todos os segredos do mundo.
Nachmânides diz que antes do universo, não havia nada. Mas , de repente,
toda a criação surgiu como uma partícula minúscula. Ele dá uma dimensão da partícula:
algo muito pequeno como o tamanho de um grão de mostarda. E ele diz que é a
única criação física . Não havia outra criação física ; todas as outras
criações eram espirituais . O Nefesh ( alma da vida animal) e Neshamah (a alma
da vida humana ) são criações espirituais. Há apenas uma criação física, e que
a criação era um pontinho minúsculo. A particula é tudo o que havia. Qualquer
outra coisa era Deus. Nesse pontinho havia toda a matéria-prima que seria usada
para fazer todo o resto. Nachmânides descreve a substância como “dak me'od ,
ein bo mamash " - muito fina, sem substância. E como este pontinho se expandiu,
esta substância - tão fina que não tem essência - se transformou na matéria
como a conhecemos.
Nachmânides escreve ainda: “Misheyesh , yitfos bo zman " - a partir
do momento em que a matéria formada a partir desta substância sem substância, o
tempo se agarra. Não "começa". O tempo é criado no início. Mas o
tempo "se agarra". Quando condensa a matéria, solidifica , aglutina,
fora desta substância tão fina que não tem essência - que é quando o relógio
bíblico dos seis dias começa.
A ciência tem mostrado que há apenas uma " substância sem substância"
que pode mudar matéria. Isso é energia. A famosa equação de Einstein, E=MC²,
nos diz que a energia pode se transformar em matéria. E uma vez que a energia se
transforma em matéria, o tempo se une a ela.
Nachmânides fez uma declaração fenomenal. Eu não sei se ele sabia que das
leis da relatividade [no século XIII]. Mas nós a conhecemos agora. Sabemos que
a energia - raios de luz, ondas de rádio , raios gama, raios-x - todas as
viagens na velocidade da luz, 300 milhões de metros por segundo. À velocidade
da luz , o tempo não passa. O universo estava envelhecendo, mas o tempo só
agarra quando a matéria está presente. Este momento de tempo antes que o
relógio começa a Bíblia , durou cerca de 1/100.000 de um segundo. Um tempo
minúsculo. Mas naquele tempo, o universo se expandiu a partir de uma minúscula
partícula , até o tamanho do Sistema Solar. Daquele momento em diante , temos a
matéria , e o tempo corre para a frente. O relógio bíblico começa aqui.
Agora, o fato de que a Bíblia nos diz que houve “... foi tarde e foi
manhã, dia um" ( e não " o primeiro dia " ) vem para nos
ensinar o tempo a partir de uma perspectiva bíblica. Einstein provou que o
tempo varia de lugar para lugar no universo, e que o tempo varia do ponto de
vista da perspectiva no universo. A Bíblia diz “foi tarde e foi manhã dia um."
Agora, se a Torah estava vendo o tempo desde os dias de Moshé (Moisés) e o
Monte Sinai - muito tempo depois Adam - o texto não teria escrito o primeiro
dia. Porque no Sinai, centenas de milhares de dias já passaram. Havia um monte
de tempo com que comparar o primeiro dia. A Torah teria dito “O primeiro dia”.
No segundo dia de Gênesis , a Bíblia diria “ segundo dia", porque já foi o
primeiro dia com o que compará-lo . Pode-se dizer, no segundo dia, "o que
aconteceu no primeiro dia. " Mas, como Nahmânides apontou, você não
poderia dizer no primeiro dia , "o que aconteceu no primeiro dia",
porque "em primeiro lugar" implica comparação - uma série já existente
. E não havia série existente. Um dia era
tudo que havia.
Mesmo que a Torá estivessem vendo o tempo por Adam , o texto teria dito
que "primeiro dia", porque, por sua própria declaração, havia seis
dias. A Torá diz "Dia Um", porque a Torá está olhando para frente
desde o início. E ela diz: Qual é a idade do universo? Seis dias. Vamos ver o tempo
até Adam. Seis dias. Se olharmos para trás no tempo, diremos que o universo é
de aproximadamente 15 bilhões de anos. Mas todo cientista sabe que, quando diz
que o universo tem 15 bilhões de anos, há outra metade da frase nunca dizemos.
A outra metade da frase é: O universo é de 15 bilhões de anos como pode ser
visto a partir das coordenadas do espaço-tempo que existimos na Terra. Essa é a
visão de Einstein da relatividade. Mas e se esses bilhões de anos fossem
percebidos de perto o início de tudo?
A chave é que a Torá olha para frente no tempo, de muitas coordenadas
espaço-tempo diferente, quando o universo era pequeno . Mas, desde então, o
universo se expandiu. Espaço estica, e que se estenção do espaço muda totalmente
a percepção do tempo.
Imagine que em sua mente voltar bilhões de anos atrás para o início dos tempos.
Agora imagine seu caminho de volta no início dos tempos, quando o tempo se
agarrar , há uma comunidade inteligente. (E totalmente fictícia.) Imagine que essa
comunidade inteligente tem um laser, e eles vão atirar uma raio de luz, e a cada
segundo vai do pulsar. A cada segundo - pulso. Pulso. Pulso. Ele dispara a luz,
e em seguida, milhares de milhões de anos mais tarde, bem distante da linha do tempo,
nós aqui na Terra temos uma grande antena de satélite, e recebemos esse pulso de luz . E nesse pulso de luz é
impressa (informações impressa em luz é chamada de fibra óptica - o envio de
informações por luz), “Estou lhe enviando um pulso a cada segundo.” E, em
seguida, um segundo passa e os próximos pulsos são enviados.
A luz viaja 300 milhões de metros por segundo. Assim, os dois pulsos de
luz são separados por 300 milhões de metros no início. Agora, eles viajam pelo
espaço há bilhões de anos, e eles estão indo para atingir a Terra a bilhões de
anos depois. Mas espere um minuto. O universo é estático? Não. O universo está
se expandindo. Essa é a cosmologia do universo. E isso não significa que ele
está se expandindo em um espaço vazio do lado de fora do universo. Só há o universo.
Não há espaço fora do universo. O universo se expande pelo espaço do próprio
alongamento. Assim como estes pulsos passam por bilhões de anos de viagem, o
universo e o espaço são de alongamento. Como o espaço está se alongando, o que
está acontecendo com esses pulsos? O espaço entre elas é também se alongam.
Assim, os pulsos realmente chegam mais longe e além.
Bilhões de anos depois, quando o primeiro pulso chegar, nós dizemos: “Uau!
Um pulso!" E escrito nele está a mensagem "Estou lhe enviando um
pulso a cada segundo." Você chama todos os seus amigos, e você espera para
o próximo pulso para chegar. Será que chegará um segundo depois? Não! Um ano
mais tarde? Talvez não. Talvez bilhões de anos mais tarde. Porque, dependendo
de quanto tempo este pulso de luz tem viajado através do espaço, vai determinar
a quantidade de alongamento do espaço entre os pulsos. Isso é astronomia
padrão.
15 bilhões ou seis dias ?
Hoje, olhamos para trás no tempo. Vemos 15 bilhões de anos . Olhando para
frente a partir de quando o universo é muito pequeno - bilhões de vezes menor -
a Torá diz seis dias. Ambos podem estar corretas.
O que é interessante sobre os últimos anos da cosmologia é que agora foram
quantificados os dados para saber a relação da “visão do tempo”, desde o início,
em relação à "visão do tempo" de hoje. Não é mais ficção científica. Qualquer
um de uma dúzia de todos os livros de texto de física traz o mesmo número. A
relação geral entre o tempo perto do início quando a matéria estável formada a
partir da luz (a energia, a radiação electromagnética da criação ) e tempo ,
hoje, é um milhão de milhões. É 1 com 12 zeros depois dele. É a razão sem
unidades. Assim, quando alguém observando desde o início olhando para frente diz:
"Eu estou te enviando um pulso a cada segundo", Nós iremos ver a cada
segundo? Não. Nós veríamos a cada milhão de milhões de segundos. Porque esse é
o efeito de alongamento da expansão do universo. Em astronomia, o termo é
" desvio para o vermelho” (red shift). O Desvio para o vermelho em dados
astronômicos observados é padrão.
A Torá não diz a cada segundo, não é? Diz Seis Dias. Como vemos esses seis
dias de hoje? Se a Torá diz que estamos enviando informações por seis dias,
teria que receber essas informações como seis dias de hoje? Não. Nós receberia
essa informação como seis milhões de milhões de dias . Porque a perspectiva da
Torá é desde o princípio olhando para frente.
Seis milhões de milhões de dias é um número muito interessante. O que
seria isso em anos? Dividir por 365 e se torna 16 bilhões de anos.
Essencialmente, a estimativa da idade do universo. Não é um mau palpite para
3300 anos atrás.
A forma como essas duas figuras se igualam é extraordinário. Eu não estou
falando como um teólogo, eu estou fazendo uma afirmação científica. Eu não puxei
esses números de um chapéu . É por isso que levei muito lentamente a explicação,
para que você possa segui-la passo- a-passo.
Agora podemos dar um passo adiante. Vamos olhar para o desenvolvimento da
época, dia-a- dia, com base no fator de expansão. Toda vez que o universo
funciona , a percepção do tempo é reduzido para metade . Agora, quando o
universo era pequeno, ele estava dobrando muito rapidamente. Mas como o
universo se torna maior, o tempo de duplicação fica maior. Este ritmo de
expansão é citado em " Os Princípios da Cosmologia Física", um livro
que é usado literalmente ao redor do mundo .
( No caso de você querer saber , essa taxa exponencial de expansão tem um
número específico em média de 10 a 12ª potência, De fato, a temperatura do confinamento
do quark, quando a matéria congela a partir da energia : 10,9 vezes 10 elevado
à 12 ª potência graus Kelvin dividido por ( ou a razão de ) a temperatura do
universo de hoje, 2,73 graus. Essa é a razão inicial que muda exponencialmente
à medida que se expande o universo ).
Os cálculos foram obtidos como se segue:
• O primeiro dos tempos bíblicos durou 24 horas, visto a partir da “perspectiva
do princípio do tempo.” Mas a duração da nossa perspectiva era de 8 bilhões de
anos.
• O segundo dia, a partir da perspectiva da Bíblia durou 24 horas. De
nossa perspectiva durou metade do dia anterior, 4 bilhões de anos.
• O terceiro dia de 24 horas também incluiu metade do dia anterior, 2
bilhões de anos.
• O quarto dia de 24 horas - um bilhões de anos.
• O quinto dia de 24 horas - meio bilhões de anos.
• A hora sexta, dia 24 - um quarto de bilhão de anos.
Quando você somar os seis dias , você terá a idade do Universo em 15 e 3/4
bilhões de anos. O mesmo que a cosmologia moderna. É por acaso?
Mas há mais. A Bíblia nos e diz o que aconteceu em cada um desses dias.
Agora você pode pesquisar na cosmologia, paleontologia, arqueologia, e olhar
para a história do mundo, e ver se eles se combinam dia-a-dia. E eu vou te dar
uma dica. Eles se combinam tão próximo o suficiente para enviar arrepios na
espinha.
Traduzido por André Ranulfo
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Dr. Gerald Schroeder obteve os titulos de Bacharel, Mestre e Doutor pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). É autor dos livros Genesis and the Big Bang, sobre a descoberta da harmonia entre a ciência moderna e a Bíblia, editado pela Bantam Doubleday e já traduzido em sete idiomas; The Science of G-d e The Hidden Face of G-d, editados pela divisão Free Press da Editora Simon & Schuster. Leciona na Faculdade de Estudos Judaicos “Aish HaTorah”.
Nota do tradudor: As passagens bíblicas foram transcritas da "Bíblia Hebraica" da Editora Sefer.